Liga dos Campeões. É preciso suar para chegar até ao final desta caminhada. São 12 jogos e pelo menos 1.080 minutos a correr atrás de uma bola. Isto se a aventura começar apenas na fase de grupos da prova. Em caso de sucesso chega-se à decisão, à final, onde se tiram as últimas teimas para ver quem se agarra ao troféu. Este encontro, por norma, joga-se na segunda quinzena de maio, ali já com o calor e os dias de sol a espreitarem no hall de entrada. Em 2022, contudo, a final da Champions poderá ser jogada já com o verão sentado no sofá, sem fazer cerimónia. Ou seja, em junho.

Porquê? Por vontade de Michel Platini. Ou aliás, porque o líder da UEFA, por enquanto, afirmou que a ideia não lhe causa transtorno. “Como presidente da confederação, não tenho qualquer problema com isso. Nem com a Liga dos Campeões”, afirmou o francês, esta quarta-feira, ao falar com a BBC sobre o assunto — que foi evocado devido à controvérsia que ainda rodeia o Mundial de 2022.

Em Zurique, cidade suíça, reuniram-se na segunda-feira os representantes de várias ligas e federações de futebol europeias, para discutirem uma solução para o Campeonato do Mundo que se realizará no Qatar. E, sobretudo, para as tórridas temperaturas que, no verão, assolam o país e que a FIFA quer evitar. A entidade que gere o futebol mundial criou um grupo de trabalho que está a estudar a hipótese de realizar a competição em uma de duas datas — entre novembro e dezembro, ou de janeiro a fevereiro.

Ao que parece, qualquer decisão fará com que as meias-finais e a final da Liga dos Campeões da época 2021/2022 seja adiada. Para junho. “Não será um problema para a competição. Podemos mudar as datas em 2022. Temos que encontrar uma solução”, defendeu Michel Platini, lembrando que “toda a gente tem de perder algo”, antes de sublinhar que “o inverno” é “uma boa altura” para realizar o Mundial.

O gaulês frisou ainda que “não [está] arrependido” de ter votado no Qatar como anfitrião do Mundial de 2022. E justificou-o com o facto de, antes, “o povo árabe perdeu por sete vezes” a corrida para organizar uma Copa do Mundo. “Era altura de lhes dar o Mundial. Sou a favor disso, é a minha convicção”, resumiu.

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