A Oi tem muito mais a ganhar com a compra de parte da TIM Brasil, a unidade brasileira da Telecom Italia, do que com as sinergias potenciais da fusão com a Portugal Telecom. A opinião é da agência Fitch, que defende que seria “positivo” para a Oi uma venda dos ativos portugueses da operadora de telecomunicações.

A possível venda da PT Portugal por parte da Oi “poderia ser positiva” para a Oi, já que “garante recursos financeiros necessários para investir e fortalecer a quota de mercado no Brasil”. Em nota de análise a que o Observador teve acesso, a Fitch diz que “a potencial venda não deverá levar a uma mudança imediata no ‘rating’ (da Oi) mas a utilização do encaixe para melhorar a competitividade da Oi no longo prazo será crucial para o ‘rating’ da empresa no curto a médio prazo”.

A Oi tem uma proposta em cima da mesa para vender os ativos portugueses reunidos na PT Portugal, e a Fitch acredita que uma venda seria uma boa decisão. Sobretudo porque poderia permitir a compra de parte da TIM Brasil se os italianos da Telecom Italia, que controlam a TIM, decidirem mesmo sair do mercado brasileiro, como indicam notícias recentes.

“O benefício da Oi com a consolidação na indústria decorrente do desmembramento da TIM deverá superar em muito as sinergias esperadas com a fusão com a PT”, escreve a Fitch. “A venda da PT iria fortalecer a situação financeira da Oi, algo que a Fitch acredita que será utilizado para investir na melhoria da quota de mercado”, ou seja, potencialmente com a compra de alguns ativos da TIM Brasil.

“A transformação do mercado brasileiro para um mercado de três ‘players’ deverá reduzir a intensidade concorrencial”, acredita a Fitch. O que, só por si, trará mais benefícios do que a fusão com a PT. A agência defende que “teria sido desafiante, tendo em conta as geografias diferentes” que a integração entre a Oi e a PT levasse a melhorias na situação de cada uma das empresas em cada um dos dois mercados.

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