O líder parlamentar do Partido Socialista, Eduardo Ferro Rodrigues, admitiu hoje que o partido não tem ainda uma posição sobre a reestruturação da dívida pública, mas disse esperar que venha a ter.

Em entrevista à rádio Antena 1, quando questionado sobre a posição do PS sobre a reestruturação da dívida pública, Ferro Rodrigues admitiu que “o que é facto é que o Partido Socialista não tem uma posição assumida sobre essa questão”.

“E espero que um dia venha a ter”, acrescentou o líder parlamentar do PS, justificando que “quando se tem uma função de responsabilidade política partidária, não se pode pensar apenas na opinião individual”, sendo necessário perceber “até que ponto a opinião global e coletiva do partido vai nessa direção”.

Ferro Rodrigues defendeu que esta é uma questão que “vai ter de se por”, ressalvando que Portugal “não pode partir para a ideia de reestruturação com uma posição de sim ou sopas”.

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“Quer dizer, queremos uma reestruturação, mas se isso não acontecer saímos do euro, saímos da União Europeia. Essa não é uma questão que o PS possa colocar, nem deva”, esclareceu

O socialista frisou que as circunstâncias mudaram e “não para melhor”, lembrando que, no Parlamento Europeu, “as audições que houve a todos os comissários e ao presidente da comissão são totalmente omissas sobre a questão das dívidas públicas”.

“O conjunto da União Europeia tem uma divida pública já cerca de 90% do produto, mas todos acham que é da maior prudência não colocar a questão como questão central, mas sim procurá-la resolver a pouco e pouco”, adiantou.

Ferro Rodrigues foi um dos subscritores do Manifesto dos 74, divulgado em março, e em que várias personalidades de vários quadrantes da sociedade portuguesa defenderam a reestruturação da dívida e decidiram avançar com uma petição para levar a questão à Assembleia da República.

Entre os subscritores do manifesto estiveram nomes como a ex-líder do PSD Manuela Ferreira Leite, o ex-ministro das Finanças António Bagão Félix, o ex-coordenador do Bloco de Esquerda Francisco Louçã e o ex-presidente do CDS Adriano Moreira.