Os palestinianos apelaram na quarta-feira ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para solicitar a Israel que acabe com a violência em torno da mesquita Al-Aqsa em Jerusalém Ocidental.

O representante palestiniano, Riyad Mansour, defendeu que os 15 membros do Conselho Permanente deveriam “adotar uma posição em que apele ao governo israelita para que cesse todas as suas atividades e políticas de provocação e incitamento” à violência.

Este pedido acontece quando Jerusalém conheceu uma das suas piores erupções de violência na quarta-feira.

Mansour adiantou que os últimos confrontos na mesquita Al-Aqsa resultaram de ações de “extremistas” que entraram na mesquita, alguns sem se descalçar, o que é, lembrou, “uma provocação extrema”.

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As declarações do palestiniano foram feitas aos jornalistas depois de se ter reunido com o embaixador australiano, Gary Quinlan, cujo país preside ao Conselho de Segurança este mês.

Antes, a Jordânia, que tem um tratado de paz com Israel, chamou o seu embaixador em Telavive e anunciou a intenção de apresentar queixa na ONU contra as “repetidas violações israelitas” no Pátio das Mesquitas.

Mais tarde, a embaixadora jordana na ONU, Dina Kawar, escreveu ao Conselho de Segurança a dizer que a Jordânia estava pronta a tomar medidas para acabar com os ataques israelitas contra a mesquita.

Por seu lado, o embaixador israelita na ONU, Ron Prosor, escreveu uma carta ao Conselho de Segurança, em que acusou os palestinianos de incitação à violência e notou que não houve qualquer condenação da ONU aos ataques palestinianos aos israelitas.

Violentos confrontos ocorreram na quarta-feira no Pátio das Mesquitas, quando chegaram dezenas de judeus ultrarreligiosos, que reclamam o direito de rezar neste lugar santo muçulmano, que também veneram, o que desrespeitaria um acordo estabelecido em 1967.

Facto raro, polícias israelitas penetraram alguns metros na mesquita de Al-Aqsa, durante os confrontos.

O Pátio das Mesquitas é o terceiro lugar santo do Islão e está situada na parte árabe da cidade, ocupada e anexada por Israel. O local inclui a Mesquita do Rochedo e a de Al-Aqsa.

Os palestinianos denunciam as visitas cada vez mais frequentes dos judeus ao local como provocações, enquanto a franja israelita ultranacionalista e ultrarreligiosa intensifica a pressão para que os judeus possam rezar no Pátio das Mesquitas.

Para o judaísmo, no local onde estão as mesquitas estava o Segundo Templo Judeu, destruído pelos romanos há dois mil anos, restando apenas o Muro das Lamentações, o seu santuário mais sagrado.