Num comunicado divulgado domingo à noite, o SNOP “manifesta a sua especial apreensão pelo momento em que tal [a demissão do ministro da Administração Interna] ocorre, quando matérias de grande importância estavam em avançado estado de discussão”.

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, anunciou hoje que pediu a demissão do Governo, que foi aceite pelo primeiro-ministro.

O SNOP espera que “a mudança de ministro não concorra para protelar, ainda mais, a aprovação de medidas essenciais e urgentes ao funcionamento da PSP, entre as quais se destaca claramente a aprovação do estatuto de pessoal”.

“Apesar de lhe dever ser reconhecido empenho na resolução de alguns dos principais problemas da PSP, incluindo o desbloqueamento das promoções, a verdade é que não conseguiu, em mais de dois anos, aprovar um estatuto de pessoal para os polícias, num processo que esteve sempre demasiado permeável a interferências externas”, recordou o SNOP.

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O Sindicato lembra ainda que “a passagem deste ministro fica também associada à demissão incompreensível de um Diretor Nacional, cujos reais contornos são ainda hoje desconhecidos”.

“Apenas o excelente trabalho e a estabilidade diretiva na Polícia de Segurança Pública, que sucederam a este episódio, foram capazes de mitigar as consequências que a decisão poderia ter provocado”, pode ler-se na nota.

Numa declaração lida no Ministério da Administração Interna, Miguel Macedo considerou que a sua autoridade enquanto governante ficou diminuída com o envolvimento de pessoas que lhe são próximas nas investigações da Operação Labirinto, que visam alegados casos de corrupção na atribuição de vistos ‘gold’.