De acordo com a leiloeira, o atlas ilustrado, que mostra os limites das costas marítimas então conhecidas, é assinado pelo cartógrafo e navegador italiano Grazioso Benincasa (1400-1482) e vai a leilão com uma estimativa de venda de dois a três milhões de euros.

Ainda segundo a Christie’s, sobreviveram até hoje apenas 58 atlas do século XV, sendo este, desenhado à mão em Veneza, em 1468, um dos três que ainda permanecem em mãos de privados.

Julian Wilson, especialista da leiloeira em manuscritos antigos, indicou que o atlas de 600 anos “está desenhado numa larga escala invulgar, e representa 3.000 milhas do litoral da Europa ocidental e da costa africana, desde a Escócia, no norte, até à Serra Leoa, no sul”.

“Quatro dos mapas mostram os descobrimentos mais recentes dos portugueses, à época, na África ocidental, na sua tentativa de liderar a via marítima em redor daquele continente, para serem os primeiros a alcançar as Índias orientais e ter acesso à lucrativa rota das especiarias”, acrescenta o especialista, num texto sobre o manuscrito.

O atlas contém sete mapas, que mostram a atual Guiné-Bissau, Guiné e Serra Leoa; a costa ocidental africana, de Cabo Branco a Cabo Roxo, com uma das mais antigas representações conhecidas de Cabo Verde; as Ilhas Canárias e a Mauritânia; Portugal e África ocidental, a norte, pelo estreito de Gibraltar até Agadir, em Marrocos; a Europa ocidental, com Portugal, Espanha e França; e a Grã-Bretanha e a Irlanda.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR