A integração da Escola Lima de Freitas com a paisagem da serra da Arrábida, em Setúbal, foi o principal objetivo do projeto de modernização daquele estabelecimento de ensino, nomeado para o prémio europeu de arquitetura Mies Van Der Rohe.

“Pode dizer-se que esta escola foi à procura de ideias e de uma relação de complexidade entre as partes que não existia. Era uma escola composta por pavilhões, com uma pérola central e com pouca valorização daquilo que é o espaço coletivo”, disse à Lusa o arquiteto Ricardo Carvalho, do Gabinete de Arquitetura Ricardo Carvalho e Joana Vilhena.

O projeto visou “promover a inversão dessas relações e afirmar a escola a partir deste espaço de todos – a praça – e depois, claro, cumprir os objetivos do programa: uma nova biblioteca, um novo auditório, novas salas de aula, espaços para os professores e para os alunos”, acrescentou.

O projeto desenvolvido em 2009 e 2010, que foi agora nomeado para um prémio europeu de arquitetura, não só permitiu uma mudança radical no espaço e no conforto da Escola Secundária Lima de Freitas, como também mereceu o reconhecimento internacional do trabalho dos dois arquitetos portugueses Ricardo Carvalho e Joana Vilhena além-fronteiras.

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“A importância deste prémio de arquitetura, o prémio Mies Van Der Rohe, um prémio europeu, é um grande privilégio para a arquitetura e para os arquitetos, pela forma como a arquitetura chega mais facilmente a todos e se publica. Deixa de ser um exercício só praticado nos `ateliers´ para passar a ser mais divulgado e mais conhecido”, reconheceu Joana Vilhena, coautora do projeto de modernização da Escola Lima de Freitas.

Para a arquiteta, “é muito importante que esse reconhecimento seja feito, neste caso em particular, em relação à nossa obra, mas em todas as obras e na arquitetura em geral. É muito bom que existam prémios de arquitetura”.

Satisfeitos com o trabalho dos dois arquitetos estão, também, os responsáveis da Escola Secundária Lima de Freitas, que salientam a importância das melhorias resultantes das obras concluídas o ano passado (2013), de acordo com o projeto de modernização dos dois arquitetos, como reconhece João Costa, subdiretor do Agrupamento de Escolas Lima de Freitas.

“Foi uma mais-valia para a nossa escola, porque remodelaram completamente os espaços, a nível de conforto, a nível de utilização quer pelos professores, pelos alunos, por todos os utentes da escola. Isso foi uma enorme mais-valia e um enorme acréscimo na qualidade de ensino que é possível praticar atualmente na nossa escola”, disse o responsável da Escola Secundária Lima de Freitas.