Juan Goytisolo é o vencedor do Prémio Miguel de Cervantes 2014, anunciou esta segunda-feira o ministro da Educação, Cultura e Desporto espanhol, José Ignacio Wert.

Goytisolo nasceu em Barcelona, em 1931. Opositor de Francisco Franco, o escritor deixou o país sob ditadura espanhola em 1956 e exilou-se em Paris. Atualmente com 83 anos, é autor de uma obra extensa e variada que vai da ficção aos ensaios, mas que esteve censurada em Espanha entre 1963 e 1975, ano em que terminou a ditadura franquista.

Em Portugal foram publicados, por exemplo, Paisagens Depois da Batalha (1988) e Espanha e os Espanhóis (2008), este último um olhar sobre a história e a identidade do país e dos espanhóis.

O júri elogiou-lhe a “capacidade de investigação na linguagem e propostas estilísticas complexas, desenvolvidas em vários géneros”, a “tradição heterodoxa espanhola e o seu compromisso contínuo para o diálogo intercultural”. É um apaixonado pela cultura árabe e vive atualmente na cidade marroquina de Marraquexe.

O jornal espanhol El Pais foi entrevistar Goytisilo este domingo a Marrocos. “Quando me dão um prémio, desconfio sempre de mim mesmo. Quando me nomeiam persona non grata sei que tenho razão“, disse.

O Prémio de Literatura em língua castelhana Miguel de Cervantes “é o mais alto reconhecimento para o trabalho criativo dos escritores espanhóis e latino-americanos, cuja obra tenha contribuído para enriquecer de forma notável o património literário em língua espanhola”. No ano passado, Elena Poniatowska foi a vencedora. Este ano, fez parte do júri que atribuiu o prémio a Goytisolo.

Para além do prestígio, o premiado ganha um valor monetário de 125 mil euros.

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