“O filme é uma visão do futuro da expansão da Humanidade para o sistema solar”. É desta forma que o realizador sueco Erik Wernquist descreve a sua curta-metragem Wanderers, disponibilizada recentemente na sua página pessoal de internet e que já teve milhões de visualizações.

A ideia é simples: usando imagens de locais reais (todos no nosso sistema solar, todos já fotografados pela NASA), Wernquist cria uma animação na qual os humanos se passeiam pelos planetas vizinhos e exploram o que, ainda hoje, é um absoluto mistério.

O filme pede emprestadas a Carl Sagan a voz e as palavras, retiradas do seu livro Pale Blue Dot. “Herman Melville, em Moby Dick, falou em nome dos exploradores [wanderers] em todas as épocas e meridianos: ‘Sou atormentado por uma comichão permanente pelas coisas remotas. Adoro navegar por mares proibidos…'”, ouve-se, enquanto as imagens de luas de Saturno e Júpiter vão passando.

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“Não há uma história clara”, escreve o realizador. “A ideia é mostrar um pouco da fantástica e linda natureza que nos rodeia nos mundos vizinhos – e, acima de tudo, como nos pareceria se lá estivéssemos”, diz.

As viagens espaciais voltaram a entrar em força no imaginário com o lançamento do filme Interstellar, de Christopher Nolan. Nessa longa-metragem, as personagens buscam alternativas à vida na Terra em planetas muito distantes, aos quais chegam através de uma distorção espaço-tempo perto de Saturno (explicado aqui).

Com a chegada de Interstellar às salas de cinema, multiplicaram-se as opiniões de físicos e astrofísicos sobre a verdade científica do filme. Alguns, como Neil deGrasse Tyson (entre muitas outras coisas, apresentador do documentário Cosmos), opinaram que Marte parecia um planeta bem mais amigável do que aqueles que Matthew McConaughey e companhia visitam na película.

Wanderers vem atirar mais uma acha para a fogueira: quando a vida na Terra deixar de ser possível, será que a Humanidade precisa de ir tão longe como Interstellar propõe? A resposta a tal virá da ciência. Mas esta curta-metragem quer, para já, pôr-nos a sonhar com isto.