Alois Brunner, braço direito de Adolf Eichmann, arquiteto da “solução final”, terá morrido há quatro anos na Síria. Brunner era um dos criminosos nazis mais procurados e foi responsável pela deportação de mais de 128 mil judeus para os campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

Efraim Zuroff, diretor do Centro Simon Wiesenthal em Israel, disse à BBC que tem “99% de certezas” de que o antigo tenente morreu. De acordo com Zuroff, a nova informação foi revelada em 2010 por um antigo agente secreto alemão, que tinha servido no Médio Oriente. A fonte, “segura”, informou o Centro Wiesenthal que Brunner tinha morrido de causas naturais em Damasco, onde terá sido também enterrado num local desconhecido. Apesar disso, o centro decidiu não divulgar os novos dados por não haver formas de os provar. “Não podemos prová-lo, mas temos certezas do que aconteceu”, explicou Zuroff. Em abril, o nome de Brunner foi retirado da lista de fugitivos porque completaria este ano 102 anos. Contudo, a notícia só foi divulgada por causa de um inquérito feito pelo jornal The Sunday Express, explicou o diretor do Centro ao The New York Times.

Brunner, um dos responsáveis pela “solução final” juntamente com Adolf Eichmann, enviou mais de 128 mil judeus para os campos de concentração, onde a maioria acabou de morrer. Em junho de 1943 tornou-se responsável pelo campo de Drancy nos arredores de Paris, onde os judeus eram reunidos e depois deportados. Até à libertação da França pelos Aliados, Brunner deportou 47 mil judeus austríacos, 44 mil gregos, mais de 23 mil franceses e 14 mil eslovacos. “Teve um papel importante na implementação da ‘solução final’ de Hitler de matar judeus”, disse Zuroff. “Era um monstro”.

Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, acredita-se que tenha fugido para a Síria, onde viveu sob o nome de Georg Fischer. Segundo Zuroff, uma vez no país, Brunner terá sobrevivido a pelo menos duas tentativas de assassinato levadas a cabo pela polícia secreta israelita, em 1961 e 1980. Durante os anos que permaneceu na Síria, Brunner recebeu proteção dos vários regimes, que sempre impediram a sua deportação. Terá sido conselheiro do presidente Hafez al-Assad e instruído o seu governo no uso de táticas de tortura.

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