O parlamento grego aprovou neste domingo o orçamento do Estado para 2015, um documento que não tem aprovação junto dos credores gregos e gerou uma ampla rejeição social. A lei orçamental foi aprovada com o apoio de 155 deputados da coligação governamental entre conservadores e social-democratas, enquanto 134 deputados da oposição votaram contra e um outro absteve-se.

No seu discurso, feito antes da votação, o primeiro ministro, Andonis Samarás, afirmou que o orçamento “marca a saída do país da crise”, ainda que, reconheceu, não inclui as novas exigências dos credores — Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional. “A troika pede novas medidas de corte de 1.700 milhões de euros. Recusamos”, disse. Já Alexis Tsipras, líder do Syriza, o principal partido da oposição, acusou o Governo de aprovar orçamentos que serão “revistos”, numa alusão a novos ajustes.

As contas gregas preconizam um aumento do Produto Interno Bruto de 2,9% e um superavit primário de 5.900 milhões de euros, 3% do produto interno bruto (PIB). Espera-se que o orçamento global seja equilibrado em 2015 já que fixa um défice de 0,2% do PIB, face a 1,3% de 2014 e 1,6% de 2013. As receitas fiscais deverão aumentar em 1.300 milhões de euros, excluindo as novas taxas.

O desemprego deverá continuar a descer dos atuais 25,9% para uma média de 22,6%, face a uma média de 24,8% em 2014. O documento orçamental prevê também que a Grécia deixe de registar deflação e que os preços subam cerca de 0,2% no próximo ano. Finalmente, a dívida do Estado deverá fixar-se em 171% do PIB, contra os 177% de 2014.

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