O satélite sino-brasileiro CBERS-4, colocado em órbita no domingo, assinala um novo marco histórico no programa espacial chinês: foi o 200.º lançamento espacial da China, uma proeza apenas realizada até agora pela Rússia e Estados Unidos. Concebido para investigação de recursos terrestres, nomeadamente florestas e água, e com aplicações na área da proteção ambiental e da agricultura, o CBERS-4 foi lançado da base de Taiyuan, norte da China, por um foguetão Longa Marcha-4B.

É o único projeto de cooperação espacial inteiramente realizado por dois países em vias de desenvolvimento, iniciado em 1988, e no âmbito do qual já foram colocados em órbita quatro satélites. Em dezembro passado, o lançamento do CBERS-3 falhou devido a uma avaria no foguetão, mas o programa prosseguiu e segundo adiantou a agência noticiosa oficial chinesa, Xinhua, o lançamento do CBERS-5 deverá ocorrer em 2017.

A China lançou o seu primeiro satélite em abril de 1970. Chamava-se Dong Fang Hong-1 (Oriente é Vermelho). Até ao 100.º lançamento, em junho de 2007, houve sete falhanços, mas deste então ocorreram apenas dois, “num registo de segurança superior aos dos Estados Unidos e da Rússia”, escreveu a Xinhua. Mas enquanto aqueles países conseguem colocar em órbita cargas de mais de vinte toneladas a capacidade dos foguetões chineses não chega a metade daquele valor.

Nos próximos dois anos, a China espera testar um novo foguetão, Longa Marcha-5, com capacidade para colocar cargas de 14 toneladas em órbitas geoestacionárias, disse o presidente da China Aerospace Science and Technology Corporation (CASC), Lei Fanpei, citado na Xinhua Segundo a mesma fonte, o Longa Marcha-5 está associado à projetada Estação Espacial Permanente que a China tenciona ter no final da década.

Cientistas chineses estão também a trabalhar no desenvolvimento de um “potente foguetão” para uma missão tripulada à lua, referiu a Xinhua sem indicar datas.

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