Pai e filho, um professor universitário e outro com funções ligadas à atividade farmacêutica, foram detidos por suspeita de uma burla de mais de sete milhões de euros. A dupla, segundo anunciou esta terça-feira a Polícia Judiciária, criava empresas fictícias no ramo da atividade farmacêutica para poder contrair empréstimos.

Segundo fonte da PJ de Setúbal, responsável pela detenção dos suspeitos, os empréstimos eram “suportados em garantias, avais e ações da sociedade” e depois era feito um “segundo financiamento para pagar o primeiro”. Paralelamente, eram feitas cessões de créditos, de umas instituições para outras, justificadas com faturas que também eram falsas.

Os dois suspeitos também chegaram a usar “testas de ferro” para dar o nome nestes contratos. “Normalmente eram pessoas com dificuldades que aceitavam dar o nome em troca de pouco dinheiro e que pensavam que depois podiam obter emprego na atividade farmacêutica”, explicou.

A PJ fez 15 buscas domiciliárias para obter prova no âmbito deste inquérito, onde estão em causa crimes de associação criminosa, burla qualificada, fraude fiscal qualificada e branqueamento.

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Os arguidos, que se dedicavam a esta atividade há cinco anos, lesaram algumas instituições de crédito em sete milhões de euros.

 “Por forma a dificultar a sua perseguição criminal e prosseguir a sua atividade criminosa, diversificavam os locais da sua atuação e os alvos, criando empresas de fachada ou usurpando a sua identidade, em Portugal e no estrangeiro, recorrendo a testas de ferro, a troco de míseras contrapartidas económicas”, refere o comunicado da PJ.

Os detidos foram presentes a tribunal. A PJ ainda demonstrou que os dois podiam fugir do País ainda antes de serem formalmente acusados. E que tentaram escapar à detenção. Ainda assim o juiz de instrução aplicou-lhes a medida de coação menos pesada: termo de identidade e residência.