O universo é dinâmico: as estrelas nascem e morrem, os planetas arranjam-se nos sistemas solares e os cometas e asteroides viajam (quase) livremente pelo espaço. São estes viajantes que podem colidir com outros astros no caminho e causar eventos notáveis, como o meteorito de Chelyabinsk que atingiu a Rússia no início do ano passado. Agora há outro asteroide a passar próximo da Terra, mas a agência espacial norte-americana (NASA) já garantiu que não há risco de colisão com o nosso planeta.

Se o asteroide 2014UR116 atingisse a Terra provocaria uma explosão mil vezes superior à de Chelyabinsk, na Rússia, disse Vladimir Lipunov, professor na Universidade Estatal de Moscovo, citado pelo Telegraph. Mas tanto académico como a NASA já descartaram essa possibilidade. “Embora este asteroide tenha 400 metros e uma órbita a volta do Sol de três anos, passando na vizinhança da Terra periodicamente, não constitui uma ameaça porque a órbita do asteroide não passa suficientemente perto da órbita da Terra”, refere a NASA em comunicado.

Apesar de a órbita do asteroide ter sido definida, Vladimir Lipunov considera que a esta pode mudar com a influência da força gravítica dos planetas e outros astros com os quais se cruza, referindo que ainda se sabe muito pouco sobre os astros potencialmente perigosos para a Terra e o risco que constituem. “Precisamos de acompanhar permanentemente este asteroide, porque mesmo um pequeno erro nos cálculos poderia ter consequências graves.” Até ao momento já foram identificados mais de 1.500 objetos potencialmente perigosos para a Terra – para entrarem nesta classificação têm de ter mais de 150 metros e passar a menos de 7,4 quilómetros.

Este tipo de programas de monitorização são desenvolvidos tanto pela NASA (Near Earth Object Program) como pela Agência Espacial Europeia (Neodys-2), contudo de uma forma mais debilitada desde que o único observatório do hemisfério sul foi encerrado. Sem este centro de vigilância qualquer objeto que se aproxime da Terra abaixo dos 30º de latitude não será detetado, referiu Tim Spahr, astrónomo no Centro de Planetas Menores da União Astronómica Internacional, em Cambridge (Estados Unidos), citado pela Newscientist.

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