António Pires de Lima, que está de visita aos Estados Unidos, disse à Lusa que há um sentimento positivo relativamente ao mercado português. “Há um sentimento muito positivo relativamente a Portugal, a imagem do país e dos portugueses está em alta, ainda que tenhamos conhecido algumas adversidades ao longo de 2014”, disse o ministro, no primeiro dia de uma missão de dois dias e meio aos Estados Unidos.

O ministro esteve em Nova Iorque na terça-feira, onde se encontrou com investidores, e parte hoje para Boston, com o tema de empreendedorismo e inovação na agenda, onde também irá encontrar-se com empresas incubadas no acelerador da Portugal Ventures naquela cidade norte-americana.

“É muito respeitado o esforço que os portugueses fizeram para cumprir no prazo que estava previsto o programa de resgate e é muito valorizado o facto da economia portuguesa estar a crescer, não só com base de um bom desenvolvimento das nossas exportações, mas também de uma recuperação da confiança do sentimento económico que se traduz num crescimento moderado, gradual do consumo privado e de alguma recuperação do investimento”, salientou.

“Há muito por fazer ainda em Portugal, este esforço de atração do investimento de vender o nosso país como bom destino para o investimento tem de ser continuado, mas eu saio francamente animado depois destas primeiras reuniões durante este dia em Nova Iorque”, acrescentou.

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O ministro viaja acompanhado dos secretários de Estado Adjunto e da Economia, Leornardo Mathias, e da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves, e do administrador da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Luís Castro Henriques.

Sobre as perguntas que mais foram feitas pelos investidores, Pires de Lima disse que surgiram pedidos de informação detalhada sobre as “razões do bom desempenho que a economia portuguesa está a ter, o que Portugal está a fazer para atrair mais investimento e que setores” eram considerados “mais apelativos para justificar o investimento estrangeiro” no mercado português. Houve “ainda perguntas sobre o Banco Espírito Santo (BES)”, disse o ministro, tema que testou a capacidade da economia durante o terceiro trimestre do ano.

“Algumas pessoas quiseram saber o que se tinha passado, porque é que as coisas se passaram assim e consequências futuras para a nossa economia poderiam advir ainda do caso do BES”, acrescentou Pires de Lima, sublinhando que houve uma jornalista estrangeira que questionou a venda do BESI.

Instado a comentar se o impacto da crise do BES e da Portugal Telecom (PT) nos mercados financeiros já tinha atravessado a pior fase, Pires de Lima afirmou: “Não tenho nenhuma bola de cristal sobre o mercado de capitais”. No entanto, considerou que “os investimentos financeiros devem ser feitos com prudência”.

“Eu diria que o momento mais difícil de gerir em termos de perceção externa foram aqueles meses de verão, de julho a agosto, já durante o mês de setembro”, aquando da segunda fase privatização dos CTT, altura em que o Governo o escolheu mercado de capitais para terminar a privatização.

Para o ministro, o facto dos CTT “terem sido privatizados com sucesso na bolsa portuguesa ajudou a separar aquilo que tinha sido a situação do BES e da PT de todas as outras empresas que fazem parte do mercado de capitais”. A última fase da privatização dos Correios de Portugal “foi uma forma de darmos resposta às dúvidas e inquietações que surgiram nos meses do verão”, considerou.

Pires de Lima encerrou o seu dia em Nova Iorque a dar uma ‘master class’ na Stern School of Business, da Universidade de Nova Iorque, onde contou com várias questões dos alunos, a maioria deles a fazer um MBA, seguido de um jantar com a direção da Câmara de Comércio Europa-Estados Unidos.