A Proteção Civil de Lagoa, no Algarve, alertou hoje para o risco de derrocadas iminentes no Promontório de Nossa Senhora da Rocha, reclamando uma consolidação urgente das arribas para garantir a segurança dos turistas que visitam o local.

Em novembro passado, uma derrocada da arriba fez ruir cerca de três metros do muro junto à Capela da Nossa Senhora da Rocha e colocou outra parte em risco devido à instabilidade da falésia. Algumas fissuras transformaram-se em fendas com vários centímetros de largura, o que, para os responsáveis da proteção civil municipal, indica que a rocha em que está apoiado o promontório se está a mover.

“A zona é toda de risco. Há vários anos que o município tenta que seja feita uma intervenção, mas até à data nada foi feito”, disse à agência Lusa o comandante dos bombeiros voluntários de Lagoa, Vítor Rio, e um dos responsáveis da proteção civil.

De acordo com Vítor Rio, “se não houver uma intervenção que consolide as arribas, o risco de parte do promontório desaparecer, é muito grande”, acrescentando que o Ministério do Ambiente “está há vários anos informado sobre as condições de risco”.

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“O que temos feito é limitar a zona de acesso do público, aumentando a zona de segurança para impedir o acesso ao muro. É a única intervenção que podemos fazer”, destacou, sublinhando que “isto não é resolver o problema, mas apenas uma forma de contribuir para a segurança das pessoas”.

Vítor Rio alertou para a necessidade das pessoas respeitarem” as zonas de limitações existentes junto aos locais de maior risco”.

Por seu turno, o diretor regional da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Sebastião Teixeira, admitiu que a fragilidade das arribas no promontório da Senhora da Rocha “era conhecida, decorrendo neste momento uma avaliação para ver qual será a melhor forma de intervir para consolidar as partes instáveis”.

“A intervenção que estava prevista era, exatamente, derrubar o muro. Com a queda do muro, uma parte contígua ficou instável e, neste momento, vamos ter de fazer qualquer coisa para sanar essa instabilidade”, indicou.

“Não é a primeira vez que acontecem derrocadas no promontório da Senhora da Rocha, pelo menos desde há 20 anos, já houve dois desmoronamentos naquela zona”, sublinhou o diretor regional da APA.

Segundo Sebastião Teixeira, “ainda não está decidido o que se vai fazer, mas seguramente a parte que está instável vai ter de ser removida, e depois em função de como ficar se verá o que se vai fazer”.

“O risco está devidamente sinalizado e estamos a tratar da avaliação, sendo certo que o se fará será até à Páscoa”, assegurou o diretor regional da APA.

Situado entre os concelhos algarvios de Lagoa e de Silves, o promontório de Nossa Senhora da Rocha, destaca-se pelo Forte e a Capela, de provável origem visigótica, monumentos classificados como de Interesse Público, por Decreto publicado em 25 de outubro de 1963.