O secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, afirmou este domingo que a detenção do antigo primeiro-ministro, José Sócrates, não deve apressar uma eventual revisão do quadro legal sobre o segredo de justiça. Tal só deverá acontecer num momento de “serenidade e de distanciamento”, defendeu o ainda presidente da Câmara Municipal de Lisboa, em declarações à CMTV.

“O quadro legal está sempre sujeito a revisão, mas [essa revisão] só deve ser feita nos momentos de serenidade e de distanciamento, porque nos momentos a ‘quente’ tomam-se, em regra, más decisões”, sustentou António Costa.

O candidato socialista a primeiro-ministro reafirmou, também, a necessidade de “separar a vida política do partido, dos sentimentos pessoais de amizade” que os militantes e membros do PS nutrem por José Sócrates. Ainda assim, António Costa deixou elogios à atitude do partido, que descreveu como uma “prova de inteligência coletiva”.

Costa pronunciou-se, ainda, sobre as críticas de José Sócrates, que a 4 de dezembro, numa carta enviada ao DN, dirigiu um duro ataque ao “sistema [que] vive da cobardia dos políticos”. Questionado sobre se sentia tais críticas como um ataque pessoal, António Costa refutou essa hipótese, garantindo que não se tinha sentido “ameaçado” de maneira alguma pelas palavras do antigo primeiro-ministro.

O antigo ministro de Estado e da Administração Interna de José Sócrates afirmou, mais uma vez, que pretende visitar em breve o seu “amigo”, o agora recluso número 44 do Estabelecimento Prisional de Évora.

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