Intitulada “Pop Galo”, a peça foi hoje apresentada nos Paços do Concelho, em Lisboa, com a presença da artista, pelo presidente da autarquia, António Costa, pelo presidente do Comitê Rio450, Marcelo Calero, e pelo embaixador do Brasil, Mário Vilalva.

A artista explicou que tinha sido convidada pelo Comité Rio450 para criar uma obra de arte pública original e emblemática da relação entre Portugal e o Brasil, para assinalar a efeméride, em 2015.

Como em trabalhos anteriores, inspirados nas tradições e artesanato portugueses, Joana Vasconcelos optou por recriar o tradicional galo de Barcelos, “um dos símbolos inegáveis da cultura portuguesa”.

“A obra faz a ponte entre a tradição e a modernidade, e entre Portugal e o Brasil”, comentou a artista, acrescentado que terá duas leituras: uma durante o dia, quando o galo mostra os azulejos que o revestem, e uma noturna, quando se acendem milhares de luzes LED que irão cobrir a peça.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Por seu turno, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, disse, na cerimónia, que era “um enorme orgulho” participar nas celebrações dos 450 anos da fundação do Rio de Janeiro, “uma cidade irmã”, apontando que, “se os brasileiros ouvem o fado, os portugueses ouvem a bossa nova e o samba”.

“A redescoberta desta nossa História comum é muito inspiradora, sobretudo num momento em que as pessoas sentem descrença e parecem ter perdido a confiança e a fé. Mostra sempre que, quando tudo parecia perdido, se encontrou uma solução, e a verdade é que encontrámos essa solução partindo à descoberta”, disse o autarca.

Apontou que o Galo de Barcelos é uma “metáfora” para a relação com o Brasil e sublinhou ainda que os laços se mantêm através da presença dos portugueses naquele país, e de brasileiros em Portugal, e também com as relações económicas.

Marcelo Calero, presidente do Comité Rio450, sublinhou igualmente essas relações entre os dois países e disse que o Galo de Barcelos, criado com o apoio de empresas portuguesas, “é um presente bastante relevante e muito simbólico, cheio de significado”.

“O Rio de Janeiro é uma cidade profundamente portuguesa, na maneira de falar, na arquitetura e nas tradições”, sublinhou o responsável, apontando o nome de Joana Vasconcelos como emblemático da “força artística contemporânea de Portugal”.

Joana Vasconcelos, 42 anos, nascida em Paris, mas a residir em Lisboa e com ateliê na capital portuguesa, sublinhou ainda a importância das parcerias com empresas nacionais, nomeadamente a Azeite Galo, que também está presente no Brasil.

A obra será inaugurada a 10 de junho, na Praia do Leme, onde ficará “pelo menos durante o ano das celebrações” e depois será a prefeitura do Rio de Janeiro a decidir se ficará no mesmo local, indicou a artista.

Em 2012, Joana Vasconcelos, tornou-se na primeira mulher e criadora mais jovem a expor algumas das suas obras no Palácio de Versailles, em Paris.

Representou oficialmente Portugal na Bienal de Arte de Veneza 2013, num projeto comissariado por Miguel Amado, que levou um cacilheiro transformado em obra de arte ao recinto principal da mostra internacional contemporânea.