A bolsa nova-iorquina encerrou na quarta-feira em alta acentuada, com os investidores a considerarem que a Reserva Federal (Fed) não mostrou grande pressa em subir as taxas de juro no final da reunião do seu comité de política monetária. A informação final da sessão revela que o Dow Jones Industrial Average valorizou 1,69% (288 pontos), para as 17.356,87 unidades, e o Nasdaq 2,12% (96,48), para as 4.644,31.

Particularmente seguido pelos investidores, o índice alargado S&P 500 registou a sua mais forte subida do ano numa sessão, ao progredir 2,04% (40,15), para os 2.012,89 pontos, superando a barreira dos dois mil pontos. “O mercado já estava a subir antes do comunicado da Fed e acentuou a subida depois da sua divulgação”, destacou Art Hogan, da Wunderlich Securities.

A Fed manteve as suas taxas de juro de referência próximas de zero para apoiar a recuperação da economia, o que já se esperava, mas sobretudo adiantou que seria “paciente” antes de as subir. O comunicado “não teve grandes surpresas, mas testemunhou talvez uma maior temporização do que a esperada da Fed em relação à subida das taxas”, observou Hogan.

A presidente da Fed, Janet Yellen, deu depois “uma conferência de imprensa que foi um sucesso nos mercados”, acrescentou. Yellen considerou em particular “pouco provável” que a Fed comece a subir as suas taxas “durante as duas próximas reuniões” do comité de política monetária (FOMC, na sigla em inglês), o que adia tal eventualidade pelo menos até 18 de março.

“Todos estavam à espera que o FOMC retirasse a referência a um ‘período considerável’” do seu comunicado, disse Steven Ricchiuto, da Mizuho Securities. “De alguma maneira, fê-lo, ao substituí-la pela palavra ‘paciente’”. “Mas, de imediato, nas linhas seguintes, temperou esta expressão, ao dizer que é totalmente coerente com a expressão anterior”, sugerindo que a mudança de expressão não tem efeito, especificou. “A Fed joga com as palavras para não fazer ondas, e conseguiu-o”, resumiu Gregori Volokhine, da Meeschaert Financial Services. A Fed, acrescentou, “joga dos dois lados, o que tranquilizou os investidores”.

Entre os outros elementos que sustentaram as cotações durante o dia de hoje, está a aproximação espetacular dos EUA a Cuba, por iniciativa do Presidente norte-americano, Barack Obama, o que beneficiou designadamente as empresas de cruzeiros.

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