Durante cerca de quatro mil anos, um homem esteve enterrado num campo em Sussex agarrado a um punhal. Vinte e três anos depois de ter sido encontrado, a história do Homem de Racton e do seu punhal foi finalmente desvendada.

A descoberta foi feita em 1989, quando um detetor de metais encontrou o punhal enterrado num campo em Sussex, refere o jornal The Guardian. Uma equipa de arqueólogos foi chamada ao local e o esqueleto de um homem foi também encontrado. Chamaram-lhe o Homem de Racton, a partir do nome de uma aldeia local. James Kenny, arqueólogo no distrito de Chichester, em Inglaterra, era um dos membros da equipa que recolheu os restos mortais. Já na altura, Kenny tinha a certeza de que se tratava de um achado importante, mas como não havia dinheiro para fazer o trabalho de pós-escavação, limitou-se a escrever um pequeno relatório. O esqueleto, juntamente com o punhal, foi então guardado no Museu de Chichester.

Há dois anos, Kenny encontrou-se com Stuart Needham, um especialista na Idade do Bronze, numa escavação em Sussex. Kenny falou-lhe do achado que tinha feito em 1989 e juntos decidiram reunir uma equipa de investigadores e analisar os restos mortais do Homem de Racton.

Os resultados deixaram-nos espantados. O punhal, com 4.200 anos, é, afinal, o mais antigo objeto de bronze alguma vez encontrado no Reino Unido e um dos mais antigos da Europa. Para o fabricar, foi utilizado um tipo de cobre raro na Grã-Bretanha, o que significa que talvez fosse importado. O homem era provavelmente o chefe de uma tribo e quando morreu tinha cerca de 50 anos. Tinha um 1,80 metros e era originário de West Country ou da Irlanda, e não de Sussex como se pensava. Sofria de uma degeneração na coluna vertebral, de sinusite crónica e os dentes tinham começado a cair. Tinha um abcesso num dos dentes e várias cicatrizes, provavelmente feitas em batalhas.

Sobre a nova descoberta, James Kenny disse ao The Guardian que “sabia que ele era importante”. “Nunca o esqueci”, acrescentou. O Homem de Racton e o seu punhal estão agora expostos no Museu Novium, em Chichester.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR