A esperança na reconquista da Presidência da República por parte dos socialistas poderá estar agora mais abalada. O mandato de António Guterres como Alto Comissário para os Refugiados (ACNUR) da ONU deverá ser prolongado até ao final deste ano, o que impedirá uma candidatura a Belém, avança o semanário Sol.

Entre a corrida para ser o próximo secretário-geral da ONU e ser o próximo Presidente da República, Guterres parece ter escolhido o primeiro. É que os timings de candidatura coincidem: se o mandato no ACNUR durar até ao final deste ano, como parece ser agora o caso, não será possível que Guterres seja o nome dos socialistas para avançar para Belém, uma vez que as eleições presidenciais são em janeiro de 2016.

De acordo com o Sol, os governos nacionais estão a ser contactados para darem a sua aprovação à prorrogação do mandato, depois de Guterres ter aceitado continuar por mais tempo à frente da estrutura de apoio aos refugiados. Certo será um apoio do Governo à continuação do mandato ou da candidatura a secretário-geral.

A prorrogação do mandato no ACNUR pode ser o primeiro sinal que Guterres esperava nos apoios para vir a ser um forte candidato a secretário-geral da ONU. Uma possibilidade que já tinha sido avançada por Marcelo Rebelo de Sousa. Em novembro, o comentador já admitia a possibilidade de uma prorrogação do mandato até ao final de 2015, em vez de em março como deveria ser. A possibilidade avançada por Marcelo aconteceu depois de o semanário Expresso dizer que Guterres já contava com alguns apoios relevantes para se posicionar como candidato ao mais alto cargo na ONU.

O xadrez presidencial ganha agora novos contornos. Com o afastamento de António Guterres, a nova liderança de António Costa tem um problema entre mãos. Guterres era o candidato melhor colocado para a Presidência da República, mas já são lançados outros nomes como Sampaio da Nóvoa.

À direita este prolongamento será sentido como um alívio e abre perspetivas para umas presidenciais mais renhidas. Marcelo Rebelo de Sousa e Santana Lopes decidirão depois do verão uma candidatura, mas têm agora terreno mais livre para o fazer.

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