A procura pelo microcrédito aumentou 25% em 2014, quando comparada com os valores registados em 2013. Foram registadas 2.119 candidaturas. Nos últimos dois anos, a procura por este tipo de crédito aumentou 49%, segundo os dados divulgados esta segunda-feira pela Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC).

O microcrédito é um mecanismo que visa apoiar pessoas que não têm acesso ao crédito bancário normal, como desempregados, jovens à procura do primeiro emprego ou trabalhadores em regime precário, e que querem criar o seu próprio emprego, ou seja, lançar um negócio.

Em 2014, foram aprovadas 168 candidaturas, mais 46% do que no ano anterior, num total de cerca de 1,6 milhões de euros. O perfil do microempresário mudou: houve mais candidaturas do sexo masculino (57% das pessoas que se candidataram eram homens), têm entre 31 e 40 anos (38%) e o nível de escolaridade mais representativo é o 12º ano. A ANDC informou que houve mais pessoas com mestrado e doutoramento a concorrerem a esta modalidade de crédito.

Os jovens com menos de 30 anos representaram 28% do total de projetos aprovados. “São dados que nos permitem dizer que a procura por microcrédito tem vindo a aumentar nos últimos anos e que há cada vez mais empreendedores a considerar a modalidade microcrédito para iniciarem o seu negócio”, informou a ANDC em comunicado. Contudo, a taxa de concretização dos projetos ainda é baixa: não chega a 10%.

O Nobel da Paz Muhammad Yunus é considerado o pai do microcrédito. No início dos anos 70, emprestou 27 dólares a 42 famílias, no Bangladesh, para provar que as pessoas mais desfavorecidas também podiam construir os seus negócios. A experiência levou-o a fundar aquele que é considerado “o banco dos pobres”, o Grameen Bank.

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