Quando o supermercado judaico foi invadido pelo muçulmano Amedy Coulibaly, em Paris, outro muçulmano, Lassana Bathily, escondia sete pessoas numa câmara frigorífica. O ato de coragem vai ser agora reconhecido pelo Governo francês, que decidiu atribuir a cidadania ao imigrante maliano. A cerimónia está marcada para a próxima terça-feira, 20 de janeiro.

O anúncio foi feito pelo ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, através de comunicado citado nos meios de comunicação franceses. “Na sequência do ato de bravura do sr. Lassana Bathily, nascido em 1990 em Bamako, no Mali, durante a tomada de reféns (…), o ministro do Interior solicitou com urgência o pedido de naturalização que ele tinha apresentado a 7 de julho de 2014”.

Lassana Bathily vive em França desde 2006. No dia 9 de janeiro, o mundo conheceu o nome e o rosto deste funcionário de supermercado, que escondeu sete clientes de Amedy Coulibaly. Quatro reféns morreram. “Quando eles vieram a correr, eu abri a porta do frigorífico. Alguns entraram comigo. Eu apaguei a luz e o frigorífico. Quando desliguei o termóstato, meti-os lá dentro; fechei a porta. Disse-lhes para estarem calmos e disse [também] ‘fiquem aqui sossegados, vou voltar lá para fora”, contou depois Bathily.

Depois, fugiu e chegou a estar detido durante hora e meia. Quando se soube a verdade, houve quem pedisse a medalha da Legião de Honra. A cidadania vai ser dada numa cerimónia marcada para as 18h30 no ministério do Interior.

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