O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo PT (STPT), Jorge Félix, disse esta segunda-feira que o regulador vai pedir mais informação à PT SGPS, nomeadamente sobre os efeitos de uma eventual reversão e a própria fusão.

A três dias da assembleia-geral da PT SGPS, na quinta-feira, a Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM) informou o STPT que “há mais informação” do que aquela que havia na primeira reunião magna de 12 de janeiro, mas “continua a considerar que ainda há informação que não está claramente esclarecida”.

Entre ela, disse Jorge Félix, após uma reunião com o presidente do regulador, Carlos Tavares, estão os efeitos de uma eventual reversão da fusão e os pareceres jurídicos, sendo que uns consideram possível a reversão da fusão e outros consideram que a mesma já não pode voltar atrás.

“A CMVM diz que isso devia ser melhor esclarecido e que não está claramente definido. Vão pedir essa informação à PT SGPS, até porque [depois] vão ter de a entregar ao presidente da mesa de assembleia-geral”, disse Jorge Félix.

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O presidente do sindicato frisou que o assunto está nas mãos dos acionistas ou na possibilidade do presidente da mesa, António Menezes Cordeiro, vir a considerar que não há condições para uma decisão dos acionistas em consciência e adiar mais uma vez a reunião magna, explicando que só pode haver dois adiamentos.

Para já, acrescentou, o regulador ainda está “à espera que a PT possa dar mais informação”. “Alguns acionistas também parecem que não querem tantas informações como aquelas que entendemos como necessárias”, comentou.

Jorge Félix deixa ainda uma palavra aos acionistas ligados ao interesse do Estado, o Novo Banco e o Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social: “Deviam ter interesse e responsabilidade e permitir que a decisão fosse feita de forma mais consciente”.

Jorge Félix lembrou ainda que os próprios credores da PT SGPS também não tiveram uma palavra.

“Os brasileiros estão preocupados com os credores brasileiros e quiseram que isto [assembleia-geral] acontecesse até ao dia 26, mas os obrigacionistas portugueses ainda não decidiram, nem falaram”, disse.

Para Jorge Félix, a situação poderia ainda sofrer uma reviravolta, caso os acionistas votem a não venda da PT Portugal à Altice, obrigando à revisão de toda a situação. A aprovação da venda da PT Portugal à Altice é o único ponto da ordem de trabalhos da assembleia-geral de 22 de janeiro.