O Governo belga considera que mais uma reestruturação da dívida grega é inexequível e uma ameaça à união monetária, porque teria de ser alargada a países como Portugal e Espanha, disse o ministro das Finanças da Bélgica, Johan Van Overtveldt, numa entrevista publicada esta quinta-feira.

“O que é inaceitável para mim é eu seja tudo renegociado com a Grécia”, disse o governante ao jornal belga De Standaard. “Isso está posto de parte. Assim, teríamos de fazer o mesmo a países com a Irlanda, Espanha e Portugal e isso significaria o fim da zona euro”,

O ministro coloca também de lado uma revisão abrangente do programa negociado entre a troika e a Grécia, abrindo a porta apenas a uma extensão dos prazos de pagamento.

“Até se podem estender as maturidades da dívida. Isso pode ser discutido. Mas têm de ser realistas. Uma verdadeira reestruturação de dívida, com um corte no valor da dívida, é inexequível”, disse.

As declarações do responsável pelas Finanças belgas surge numa altura em que as sondagens continuam a mostrar um reforço da liderança do Syriza nas intenções de voto dos gregos, que vão às urnas no próximo domingo.

Apesar de tentar acalmar os credores e a Europa acerca das intenções de abandonar a zona euro, o Syriza tem mantido como ponto fundamental do seu programa avançar com mais uma reestruturação de dívida, algo já feito por duas vezes durante o programa da troika. A primeira começou em 2012.

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