Muçulmanos, judeus e cristãos oraram nesta sexta-feira juntos pela paz na Mesquita central de Lisboa, iniciativa que volta a acontecer no sábado e no domingo, respetivamente, na Sinagoga do Rato e na Igreja de Santo António de Campolide. A frase “‘a paz esteja convosco’ é comum a estas três religiões”, afirmou hoje o imã da mesquita, David Munir, na preleção que antecedeu a oração pela paz, acrescentando em seguida: “O Senhor é único e é o que dá e tira a vida”.

À margem da cerimónia, o presidente da comunidade judaica em Lisboa, José Oulman Bensaúde Carp, disse à Lusa que “são mais as coisas que unem os três credos do que as que dividem”. O padre católico João Nogueira sublinhou o facto de esta “oração pela paz” se realizar “dentro da identidade de cada religião”. Também a comunidade hindú, do Templo de Shiva, se juntou à cerimónia, tendo o sacerdote Apurv Jani realçado que “a única diferença é a forma como oramos, mas fazemo-lo todos ao mesmo Deus”.

Esta oração pela paz, uma reação aos atentados em Paris, nos passados dias 07 e 11, nos quais morreram 20 pessoas, incluindo os autores dos ataques, foi uma iniciativa do presidente da Junta de Freguesia de Campolide, André Couto.

Hoje, dia de oração para os muçulmanos, rezou-se na Mesquita central de Lisboa, no sábado, dia de descanso para os judeus, reza-se na Sinagoga, ao largo do Rato, em que oficiará o rabi Eli Rosenfeld, e, no domingo, dia do Senhor para os católicos, ora-se na Igreja de Santo de António de Campolide, em que oficiará o padre João Nogueira.

Hoje, à Lusa, João Nogueira realçou “a solidariedade expressa pela força da dor” e recordou que, desde o papado de Paulo VI (1963-1978), a Igreja Católica dedica, anualmente, uma semana ao ecumenismo. Este ano a semana ecuménica inicia-se, precisamente no próximo domingo.

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