“Querido Primeiro-Ministro”. É assim que começa a mensagem protagonizada por várias celebridades que se uniram em favor da causa síria. Nomes sonantes da indústria do entretenimento, como a atriz Emma Thompson, o comediante Michael Palin e o músico Sting, escreveram uma carta aberta ao primeiro-ministro britânico, David Cameron; um pedido por escrito para que os refugiados sírios encontrem segurança dentro das fronteiras do Reino Unido. A carta faz parte de uma campanha orquestrada pela Amnistia Internacional, Conselho de Refugiados e Oxfam.

“Numa clima onde crianças vão trabalhar de forma a ajudar os seus pais a sobreviver, onde jovens raparigas são vendidas como noivas-crianças e onde vítimas de tortura não são capazes de reconstruir as suas vidas, cada realojamento que países com este podem providenciar é uma linha de salvação”, lê-se na carta assinada também por Michelle Dockery, uma das protagonistas da série televisiva “Downton Abbey”, e pela designer Vivienne Westwood, entre outros.

Muitos famosos dizem estar “envergonhados” face aos esforços feitos pelo Reino Unido até então. O programa de realojamento de sírios arrancou no início do ano passado, depois de o Governo ter sido pressionado a abandonar as normas que se opunham à admissão de refugiados vindos diretamente daquela região. Alguns ministros argumentaram, então, que o Reino Unido — o segundo maior contribuinte de fundos destinados a ajudar o país devastado pela guerra civil que dura há quatro anos –, podia fazer mais. O programa, diz o Telegraph, espera realojar poucas centenas de sírios nos próximos três anos.

“‘Realojar várias centenas de pessoas’ não é bom o suficiente para um líder global. Este assunto não é sobre estatísticas de imigração ou políticas partidárias, é sobre pessoas. É sobre os valores que nós, no Reino Unido, temos em conta; compaixão e humanidade”, diz ainda o documento por escrito, o qual apela a uma escolha “histórica”. “A nossa escolha é simples, ainda que histórica. Você está na posição de oferecer segurança no Reino Unido a algumas das pessoas mais vulneráveis no mundo. Você pode oferecer esperança. Você pode oferecer um futuro”.

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