Morreu José Freire Antunes. Antigo deputado do PSD, jornalista e historiador, foi também adjunto político de Cavaco Silva entre 1988 e 1993, quando era primeiro-ministro. Autor de mais de duas dezenas de livros sobre história de Portugal e relações internacionais, faleceu na segunda-feira, aos 61 anos, em Versalhes, França, onde vivia com a família. A notícia foi confirmada à agência Lusa por fonte ligada à família.

Mestre em relações internacionais pela Faculdade de Ciências da Comunicação da Universidade Complutense de Madrid, José Freire Antunes nasceu no Paul, no concelho da Covilhã, onde estudou até aos 17 anos, altura em que decidiu mudar-se para Lisboa. Na capital envolve-se no associativismo estudantil, tendo-se ligado ao MRPP, partido em que chegaria a fazer parte, já depois do 25 de abril, da sua comissão de imprensa.

Como muitos outros abandonou o maoismo pouco tempo depois da revolução, acabando, muitos anos mais tarde, a ser deputado pelo PSD à Assembleia da República. Eleito pelo círculo do Porto do PSD, esteve na AR entre 2005 e 2009. Pouco depois de ter chegado ao Parlamento destacou-se por ter defendido a realização de um referendo interno no PSD sobre as presidenciais, para escolher qual o candidato a apoiar pelo partido, ideia que levou em moção ao XVII Congresso social-democrata.

Enveredou pelo jornalismo ainda nos seus tempos de estudante na Covilhã, onde colaborou em jornais regionais como Notícias da Covilhã, Jornal do Centro e Jornal do Fundão, bem como em suplementos juvenis do Diário de Lisboa e da República. Seguiu-se o Jornal do Comércio, que o desviou definitivamente do curso de História que ainda frequentou na Faculdade de Letras.

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Antes de chegar ao gabinete de Cavaco Silva em 1988 esteve nos EUA como bolseiro da Gulbenkian, tornando-se depois investigador da Universidade de Colúmbia, trabalhando num projeto de investigação sobre os americanos em Portugal. De volta a Lisboa tornou-se investigador de História Contemporânea, tendo publicado uma vasta obra nessa área.

Autor de mais de vinte livros sobre a história e as relações externas de Portugal, publicou inúmeros artigos em diversos jornais e revistas. Era casado e tinha quatro filhos.

José Freire Antunes recebeu a medalha de Mérito Municipal da Câmara Municipal da Covilhã, Secção Cultura, em 1999, como “reconhecimento pela relevante atividade neste domínio, prestigiando o município e o país”.