O preço do petróleo pode quadruplicar nos próximos anos e superar os 200 dólares por barril. O alerta é do secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Abdalla El-Badri, que diz que essa é uma possibilidade se a atual descida dos preços inibir o investimento na exploração da matéria-prima. Os preços continuam abaixo de 50 dólares por barril tanto em Londres como em Nova Iorque, o valor mais baixo desde o início de 2009.

Se não se investir [na exploração de] petróleo e gás natural, veremos preços superiores a 200 dólares. É possível“, afirmou El-Badri, numa entrevista que concedeu à Bloomberg, em Londres, na segunda-feira. O líder do cartel não quis especificar quando é que os preços podem atingir este nível.

A descida dos preços está a causar grandes dificuldades não só a países como a Rússia e o Irão, que precisam que o preço esteja mais elevado para equilibrar os seus orçamentos públicos, mas também às empresas, sobretudo nos EUA, que se estão a dedicar à exploração do petróleo escondido nas formações de xisto betuminoso, através da fraturação hidráulica. Estes são investimentos feitos, normalmente, através de alavancagem financeira – ou seja, são projetos financiados com dívida – pelo que estas empresas estão a sentir dificuldades em manter-se à tona, já que os preços estão cada vez mais longe do patamar de 60-70 dólares que se estima ser o mínimo para tornar estes projetos alavancados viáveis.

Nesta terça-feira, os preços do petróleo negociado em Londres estão a subir 0,37% para 48,34 dólares por barril, ao passo que o West Texas Intermediate (WTI) segue praticamente inalterado nos 45,15 dólares. Os preços estão em forte queda sobretudo desde novembro, quando a OPEP decidiu não reduzir as quotas de produção para compensar a descida da procura (relacionada com a desaceleração na Europa e na China) e o aumento da oferta (em parte devido ao petróleo de xisto).

Preço do petróleo em mínimos de seis anos

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Os preços do petróleo estão em forte queda desde meados de 2014, algo que a OPEP não quis contrariar com uma possível redução das quotas de produção. Fonte: Bloomberg

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