Parece o argumento de um filme de terror de muito mau gosto, mas aconteceu mesmo. Riccardo Pacifici, presidente da comunidade judaica de Roma, estava a dar uma entrevista em Auschwitz, já no final do dia das comemorações do 70º aniversário da libertação do campo de extermínio, quando se apercebeu todos já tinham ido embora e que os portões tinham sido trancados.

Riccardo estava preso dentro de Auschwitz com Fabio Perugia, porta-voz da comunidade judaica de Roma, um jornalista e dois técnicos, no mesmo local onde morreram os seus avós, durante a Segunda Guerra Mundial.

Durante uma hora, ficaram ao relento, expostos aos frio invernal da Polónia, a tentar pedir ajuda, alguém que os viesse resgatar. Mas não conseguiram. Cansados e a congelar, ativaram o alarme do campo de extermínio, agora transformado em museu, ao tentarem sair por uma janela que estava aberta. E não foi aqui que o azar acabou.

Quando o alarme disparou, finalmente, apareceram os guardas do museu e vários polícias polacos. O grupo foi preso e interrogado em Auschwitz até às duas horas e meia da manhã do dia seguinte, conta o Telegraph.

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“Eles prenderam-nos e ameaçaram-nos, de uma forma agressiva, pensando que nós éramos criminosos”, contou Fabio Perugia, porta-voz da comunidade judaica de Roma, ao jornal israelita Haaretz. “Mais e mais polícias foram chamados [ao local] até ao ponto em que já estavam uns 12 polícias a tomarem conta de nós.”

Depois, o grupo foi levado para esquadra da polícia e foi libertado às seis da manhã, após horas de interrogatório. No Twitter, Riccardo teceu fortes críticas à situação e descreveu o incidente como uma “loucura” e “vergonhoso”. Uma história para não lembrar, certamente.