A chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou-se contra um alívio da dívida da Grécia, como defende o novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, numa entrevista publicada este sábado pelo jornal Hamburger Abendblatt.

“Já houve um perdão voluntário da dívida por parte dos credores privados, os bancos já cortaram a dívida da Grécia em milhares de milhões”, argumentou Angela Merkel, realçando: “Eu não equaciono um novo cancelamento da dívida”.

A dívida é uma questão essencial para o novo governo da Grécia, eleito no passado domingo, figurando no centro das negociações com os parceiros europeus, principais credores de Atenas.

A dívida helénica eleva-se a mais de 315 mil milhões de euros. O Eurostat fala em 315,5 mil milhões de euros no final de setembro de 2014, enquanto o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) indica, por seu lado, 324 mil milhões de euros.

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No início de 2012, os credores privados da Grécia aceitaram fazer uma substituição dos títulos na sua posse por outros menos rentáveis, o que levou a uma supressão de dívida no valor de 100 milhões de euros. Na altura, os credores públicos também consentiram que houvesse um alívio dos juros e um prolongamento dos prazos.

“A Europa vai continuar a demonstrar a solidariedade para com a Grécia como aos outros países particularmente afetados pela crise se empreenderem reformas e medidas económicas”, afirmou a chanceler alemã, adepta das políticas de austeridade rejeitadas pelos novos dirigentes de Atenas.

Questionada sobre os primeiros anúncios do Governo liderado por Tsipras, como o aumento do salário mínimo, Angela Merkel sublinhou: “Nós, ou seja, a Alemanha e os outros parceiros europeus, estamos à espera de ver de que forma é que o novo governo grego nos vai abordar”.