Não é certo que seja uma das medidas que conste do programa eleitoral de António Costa, mas ser defendida pelo homem que lidera os conselheiros do secretário-geral do PS é caminho andado para passar para o papel. Mário Centeno, que lidera a equipa de 11 economistas que estão a assessorar António Costa na elaboração do programa do PS às eleições legislativas deste ano, defende que o subsídio de desemprego deva ser variável, tendo em conta o ciclo económico.

Esta é apenas uma das medidas defendidas pelo alto quadro do Banco de Portugal para o mercado de trabalho, mas uma das mais emblemáticas. Numa semana em que partidos e Governo voltaram a estar em desacordo sobre as leituras a retirar dos números do desemprego, Centeno põe em cima da mesa uma proposta em declarações ao JN (sem link disponível):

“O subsídio de desemprego é demasiado elitista. Chega apenas a um terço daqueles que não têm trabalho e tem uma duração que não se adapta ao ciclo económico. Devia ser mais longo em época de crise, como aconteceu nos EUA, sendo mais curto e generoso em tempos de prosperidade”.

A ideia do conselheiro de António Costa é defendida a título pessoal, faz questão de frisar. O programa socialista só deverá ser conhecido em maio e nas linhas orientadoras que já se conhecem, depois da apresentação da Agenda para a Década, nada consta de concreto sobre o subsídio de desemprego. No documento aparecem no entanto dois objetivos: o reforço da proteção social e a criação de um “seguro de desemprego à escala da União”, a ser “inscrito na agenda política europeia”.

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