Os ateliers portugueses de arquitetura de Gonçalo Byrne e João Nuñes, com o arquiteto suíço Alain Dupraz, venceram o concurso para o projeto de urbanismo da Étoile, em Genebra, com conclusão prevista para 2020, anunciaram esta sexta-feira os gabinetes de arquitetura.

O projeto em questão inscreve-se na regeneração setor de Étoile, atualmente uma zona industrial e um dos pontos de entrada em Genebra, constituindo um dos maiores projetos da cidade, ao visar “uma importante área e parte integrante da sua regeneração urbana”, como destaca o cantão suíço em comunicado.

O concurso internacional foi lançado em 2013 e encerrado com a escolha do projeto dos gabinetes de Gonçalo Byrne, do arquiteto paisagista Joao Nuñes (PROAP) e do arquiteto suíço Pierre-Alain Dupraz, para quem a nova área vai simbolizar o dinamismo de Genebra, de acordo com a imprensa local, que o cita.

O plano contempla a construção de 1500 alojamentos, áreas comerciais e infraestruturas públicas, num terreno de 14 hectares, equivalente a 14 terrenos de futebol. A construção do novo Palácio de Justiça e de três torres, as maiores de Genebra, que vão atingir 175 metros de altura, estão também inscritas no projeto.

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No conjunto, de acordo com o gabinete de Gonçalo Byrne, “o plano prevê uma alta densidade construtiva, conseguida através da criação de novos quarteirões estruturantes, articulados com torres de altura gradual, até um máximo de 50 pisos, e da criação de um forte espaço público, compreendendo uma intervenção paisagística de igual relevo”.

A renovação do setor da Étoile faz parte de um grande plano de desenvolvimento urbano de uma superfície de 230 hectares, distribuídos por três comunas, com um investimento global estimado de 2,5 mil milhões de francos suíços (perto de 2,3 mil milhões de euros), como noticia o jornal Le Temps. Atualmente, a Étoile é uma zona industrial, onde se encontram as alfândegas, uma estação de comboios e onde se cruzam uma autoestrada e uma via rápida. A área urbana a intervir envolve a cidade de Genebra e as comunas de Lancy e de Carouge.

O arquiteto Gonçalo Byrne é um dos finalistas do Prémio de Arquitetura Contemporânea da União Europeia Mies van der Rohe, a atribuir este ano, com os projetos de renovação da sede do Banco de Portugal, em Lisboa, e do Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, distinguido no ano passado com o prémio Piranesi/Prix de Rome, da academia italiana Adrianea, de museologia, arquitetura e arqueologia.