Peste negra, peste bubónica, estafilococos e antraz. Estas são alguns exemplos das 562 espécies de bactérias encontradas no metro da cidade de Nova Iorque, incluindo 67 associadas a doenças, segundo um estudo elaborado pelo Weill Cornell Medical College divulgado nesta semana. O estudo foi chamado de PathoMap e tem como objetivo mapear o ADN encontrado nas estações da cidade.

Durante 17 meses, os investigadores recolheram 4,200 amostras dentro e fora das carruagens em 466 estações de metro e detetaram a presença de centenas de bactérias, sendo a maioria delas inofensivas. No entanto, também foram descobertas vestígios inertes da bactéria da peste bubónica e da peste negra.

“Apesar de encontrar traços de bactérias patogénicas, a sua presença não é suficiente para representar uma ameaça à saúde humana”, explica Christopher Mason, responsável pelo estudo, em comunicado divulgado pelo jornal Washington Post. “A presença destas bactérias e a falta de caso clínicos reportados de doenças associadas a estas bactérias é a prova da capacidade do nosso sistema imunitário e da nossa capacidade de adaptação ao ambiente”, explica. De fato, o Departamento de Saúde da cidade de Nova Iorque não regista nenhum caso de peste negra há mais de um século.

Para a realização do estudo, os investigadores utilizaram uma aplicação para registar cada amostra da bactéria e marcar a sua localização precisa com um GPS. Em seguida, foram identificadas e representadas num mapa interativo disponível no site do instituto. Ao total, foram recolhidas mais de 10 mil milhões de fragmentos distintos de ADN, metade deles não identificados pelos cientistas. Além das bactérias, o material genético encontrado também pertencia a besouros, moscas, ratos, peixes, humanos e plantas.

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Christopher Mason acredita que o PathoMap pode servir como base para a prevenção de ameaças bioterroristas e ajudar as pessoas a pensarem no metro numa perspetiva diferente. “Gostava que os utilizadores pensassem [nas estações de metro] da mesma maneira como se estivessem numa floresta tropical, com respeito e admiração, porque efetivamente há todas estas espécies presentes, mas que podem não representar nenhuma ameaça à saúde”, afirma ao The New York Times.