A ministra da Agricultura considerou esta quinta-feira que os jovens agricultores são prioritários para o desenvolvimento do país, por isso deu prioridade às medidas de apoio à instalação de agricultores até aos 40 anos, cujas candidaturas começam dia 23.

“O Governo português percebe que os jovens agricultores são absolutamente prioritários para o nosso país”, disse Assunção Cristas à agência Lusa no final do X congresso do milho.

Segundo a ministra, Portugal tem assistido a “um forte dinamismo dos jovens agricultores” e, por isso, o Governo deu prioridade política às novas regras para apoiar jovens agricultores, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR2020), definidas em portaria publicada hoje em Diário da República.

Os apoios à primeira instalação de jovens agricultores (entre 18 e 40 anos) exigem que estes estejam enquadrados na categoria de micro e pequenas empresas, tenham adquirido a titularidade da exploração agrícola e apresentem um plano empresarial com a duração de cinco anos e respetivos investimentos.

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O montante do apoio à instalação é de 15 mil euros (incentivo não reembolsável) que pode ser acrescido de 25%, 50% ou 75%, se o plano empresarial incluir investimentos superiores a 80, 100 ou 140 mil euros, respetivamente. Pode ainda ter acréscimo de 5 mil euros se o jovem for membro de um agrupamento ou organização de produtores reconhecidos no setor relacionado com a instalação.

“Há muita gente à espera, a preparar os seus investimentos. Muitos preferiram esperar pelas novas medidas para se instalar e por isso a nossa preocupação era pôr as medidas cá fora tão cedo quanto possível”, disse a ministra da agricultura e do Mar lembrando que Portugal foi o primeiro Estado-membro da União Europeia a abrir a medida a jovens agricultores.

No encerramento do Congresso do Milho, Assunção Cristas elogiou o dinamismo do setor e o contributo que este deu para reduzir o défice do setor agroalimentar, que nos últimos três anos e meio diminuiu 1.300 milhões de euros.

No final do encontro a ministra disse à Lusa que a produção de milho “tem tido anos excecionais” e tem dado “um contributo muito significativo” para o setor agroalimentar.

“Este setor está forte e a crescer, está com um bom dinamismo. Todos os anos o nosso défice agroalimentar tem diminuído, e também na área dos cereais, com a ajuda do milho”, afirmou.

Luís Bulhão Martins, da direção da Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS), considerou que o congresso de dois dias, em Lisboa, foi positivo porque permitiu a cerca de 500 produtores discutirem temas importantes para o setor.

O comércio internacional, a variação excessiva dos preços do milho, que atualmente estão em baixa, Os efeitos da nova Politica Agrícola Comum (PAC) no setor e os custos energéticos foram, segundo o dirigente associativo, as principais preocupações manifestadas pelos participantes.