“Quando nos apaixonamos a química do nosso corpo entra em ebulição”. É assim que o livro On Romantic Love, da autoria da filósofa e neurocientista Berit Brogaard, simplifica a reação que ocorre no corpo humano durante o período de paixão. A culpa, essa, é da amígdala – uma das primeiras partes do cérebro a desenvolver-se, que é prévia ao neocortex (que controla o pensamento lógico).

No excerto publicado na Salon em pleno dia dos namorados, descreve-se o que acontece durante o processo de paixão: “a imprevisibilidade, o mistério e a atração sexual forçam a amigdala a entrar em hiperatividade. Através dos neurotransmissores, chega às glândulas adrenais a informação de que algo excitante, estranho, misterioso, assustador e imprevisível está a acontecer. E isto provoca a libertação na corrente sanguínea de adrenalina, noradrenalina e cortisol. A adrenalina aumenta o ritmo cardíaco e respiratório; a noradrenalina produz calor corporal,  forçando o suor; e o cortisol dá energia extra para os músculos.”

E é a combinação desta libertação química que faz com que o cérebro apaixonado se assemelhe ao que experimenta cocaína. Da mesma forma, o fim das relações pode provocar um estado psicológico semelhante ao dos síndromas de abstinência, sendo que a intensidade dos sintomas depende da força com que se viveu o amor. O livro que disseca o amor neuronal pode assim ser uma alternativa mais intelectual para um serão de São Valentim.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR