O secretário-geral dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF) admitiu que o tiroteio de hoje em Copenhaga, num edifício onde decorria um debate sobre islamismo e liberdade de imprensa, foi “algo que se temia depois de Charlie Hebdo”.

“É algo que se temia após [o atentado ao jornal] Charlie Hebdo”, afirmou Christophe Deloire, acrescentando ser notório que “os grupos ultrarradicais estão a travar uma guerra contra a liberdade de expressão, contra a liberdade de crítica irreverente das religiões e contra a simples liberdade de o debater”.

Para o responsável “é terrível constatar que não só os jornais que fazem caricaturas são objeto de tiroteio”, ou de “carnificina” no caso do Charlie Hebdo, mas também que o “simples facto de debater estas questões está exposto a ataques no território europeu”.

“Cada vez mais jornalistas e cartoonistas estão sob proteção” uma vez que correm o risco físico “de homicídio” e o de uma “autocensura progressiva” que devem ser combatidos, disse.

Dezenas de tiros foram disparados este sábado em Copenhaga, Dinamarca, contra um edifício que acolhia um debate sobre o islamismo e sobre a liberdade de expressão onde participavam o artista sueco Larsk Vilks, autor de uma caricatura de Maomé, e o embaixador de França, François Zimeray.

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Segundo o embaixador, os atiradores dispararam “do exterior” e “com a mesma intenção que no Charlie Hebdo”, onde em janeiro morreram 12 pessoas, mas “não conseguiram entrar”.

Na sequência do tiroteio, um homem ainda por identificar morreu e três polícias, que tentaram proteger o local, ficaram feridos.

Paris já classificou o atentado como “ataque terrorista”.