A Administração do Porto de Lisboa está a estudar a navegabilidade do Tejo até Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, no âmbito da expansão do Porto de Lisboa, revelou nesta quinta-feira a presidente da empresa. A presidente da Administração do Porto de Lisboa (APL), Marina Ferreira, respondia assim ao presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), durante uma apresentação da Estratégia de Desenvolvimento do Porto de Lisboa numa reunião com os autarcas da Área Metropolitana de Lisboa (AML), no Conselho Metropolitano.

Alberto Mesquita tinha considerado que a navegabilidade do Tejo prevista no plano do Porto de Lisboa “tem de ir além de Alhambra”, porque “há mais vida” no concelho “além da Cimpor”. A presidente do Porto de Lisboa destacou que, de facto, até Alhambra a navegabilidade do Tejo já está analisada, com base num estudo da Cimpor, e que se sabe também que “há possibilidade de dragar menos quatro metros de forma a fazer essa ligação direta”

“Alhandra já está estudado e, portanto, pode avançar já todo o contacto de impactos ambientais. O nosso objetivo é abranger também o Sobralinho e a Castanheira do Ribatejo. Em relação à Bobadela, também vamos lá passar perto, mas terá que se estudar uma solução, porque o IC2 corta o acesso à zona ribeirinha. Terá que se estudar”, respondeu Marina Ferreira.

A mesma responsável destacou também que “não são apenas os autarcas” a fazerem dragagens no Tejo. “O Porto de Lisboa investe todos os anos um milhão de euros em dragagens, mas infelizmente não temos feito as dragagens necessárias para assegurar a navegabilidade do Tejo com a profundidade com que elas hoje são exigidas e temo-nos concentrado muito nas dragagens do canal da barra e dos terminais portuários que temos em funcionamento. A ligação entre os terminais é que nós gostaríamos de desenvolver com este projeto, porque consideramos que seria uma enorme mais-valia do ponto de vista ambiental”, afirmou.

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Marina ferreira reiterou ainda que este projeto só avançará “se houver investimento privado com capacidade para o concretizar” e que “é preciso que haja empresas que façam o transporte fluvial”. “E isso nós não podemos garantir. Mas estamos convencidos que é possível”, afirmou, destacando que há “empresas como a ETE que já manifestaram por diversas vezes intenção de o fazer”.

O projeto de expansão do Porto de Lisboa prevê, nomeadamente, a construção de um novo terminal de contentores, cuja localização ainda não está definida pelo Governo. No entanto, Marina Ferreira tem sido defensora de que o Barreiro é a melhor localização, no que é apoiada pelo presidente da Câmara local, Carlos Humberto (CDU), também presente na reunião.

Tendo em vista a defesa desta localização, o Porto de Lisboa e a Câmara do Barreiro têm assinado diversos protocolos de cooperação com entidades como a Estradas de Portugal/REFER ou Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) e a Baia do Tejo, empresa participada pela Parpublica, que gere os terrenos da antiga Quimiparque, no Barreiro.

Também o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, assinou um protocolo com a APL e com a Câmara do Barreiro, tendo em vista esta localização para o futuro terminal de contentores.