O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu esta segunda-feira que a política de austeridade levada a cabo pelo Governo português fracassou, contribuindo diariamente para o enfraquecimento da economia nacional.

“Esta política de austeridade fracassou: não produziu os resultados desejados e, pelo contrário, demonstra bem que contribui dia após dia para o enfraquecimento da nossa economia. Ao enfraquecer a nossa economia, agrava as nossas próprias condições financeiras”, alegou.

Depois de uma reunião com empresários do concelho de Mangualde e visita a duas fábricas de confeções locais, o líder socialista sublinhou a importância do país se focar no que considera essencial: a produção.

“Como tenho insistido, temos de nos focar no que é essencial, que é produzir, criar riqueza, mobilizar empresas e pessoas para este esforço de produção e crescimento. Sem isso só teremos más notícias sobre a evolução da situação financeira”, disse.

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No dia em que o Banco de Portugal (BdP) divulgou que a dívida das administrações públicas na ótica de Maastricht fixou-se em 128,7% do PIB em 2014, acima do verificado em 2013 e da meta fixada pelo Governo para o ano passado, António Costa frisou a necessidade de se mudar de estratégia.

“Quando ouvimos as notícias que o Banco de Portugal nos dá, concluímos sempre o mesmo: esta política falhou e, se queremos ter menos dívida pública e mais crescimento económico, temos de mudar de política”.

Aos jornalistas evidenciou que a grande meta do Governo, que passava por reduzir a dívida pública, “é contrariada pelos números” que se vão sabendo.

“Temos de mudar de estratégia e essa estratégia passa por termos concentração relativamente aquilo que é essencial: produzir e, para isso, é necessário melhorar as expetativas dos nossos agentes económicos, melhorar as condições para as empresas se poderem capitalizar e terem condições para investir e podermos retomar uma trajetória de convergência e de coesão com a União Europeia”, referiu.

Na sua opinião, a valorização do território é “absolutamente essencial” para a mudança.

“Não podemos continuar a desperdiçar uma área fundamental do país, onde há um enorme potencial, quer do setor primário, terciário, quer do setor industrial, e afirmar todo este território como uma grande plataforma da nossa projeção no mercado global e, desde logo, no mercado ibérico e no mercado europeu”, acrescentou.

Na sua passagem pelo concelho de Mangualde, no âmbito do roteiro que tem realizado sobre a valorização do território e a promoção do investimento, António Costa frisou ainda que “não se pode continuar a desperdiçar uma parte importantíssima do território, que é a que está mais próxima do coração do mercado ibérico e tem enorme potencial de produção”.