A defesa de José Sócrates afirmou não ter qualquer conhecimento sobre a existência de novas provas contra o antigo primeiro-ministro. A garantia foi dada pelo advogado João Araújo em declarações aos jornalistas à saída do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), onde Sócrates foi ouvido no âmbito de um inquérito sobre violação do segredo de justiça.

As declarações de João Araújo surgem na sequência da notícia avançada pelo Correio da Manhã, e depois confirmada pela TVI, segundo a qual o Ministério Público tem em mãos registos bancários obtidos em Portugal e na Suíça que, alegadamente, incriminam o antigo primeiro-ministro. Ora, João Araújo sublinhou que “desde o dia 22 de novembro” não conhece “novos factos” e que, por isso, não teve acesso a qualquer dado extra sobre as alegadas provas do Ministério Público contra Sócrates.

Além disso, o advogado voltou a acusar os responsáveis pela investigação de estarem a conduzir “fugas de informação” estratégicas com o objetivo de “favorecerem” uma determinada versão (a do Ministério Público, leia-se).

“Há transmissão de informação a partir de quem controla o processo. Quem detém o processo e a informação é que pode transmitir a informação (…) O segredo de justiça está a ser usado como meio de garantir o monopólio informativo a uma única empresa jornalística”, atacou João Araújo, referindo-se ao jornal Correio da Manhã.

O advogado chegou mesmo a recusar-se a responder às perguntas da jornalista do CM, repetindo por diversas vezes: “não se dirija a mim”.

Na terça-feira (24) será um dia chave para o antigo primeiro-ministro. Além de completar três meses desde que soube que ia ficar preso preventivamente, José Sócrates pode ficar a conhecer a decisão do juiz Carlos Alexandre que vai reavaliar a medida de coação aplicada.

 

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