A Rússia lançou uma série de manobras militares que envolvem dois mil soldados na região de Pskok (oeste), que faz fronteira com a Estónia e com a Letónia, disse esta quarta-feira um porta-voz do Ministério da Defesa russo. Durante o exercício, que envolve diverso equipamento militar, vão ser lançados 1.500 soldados das forças aerotransportadas, adiantou à agência France Press (AFP), Irina Krouglova, porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia.

As manobras vão prolongar-se até sábado e pretendem treinar os militares para uma situação de ocupação e destruição de um aeródromo inimigo. “É uma surpresa desagradável constatar que decorrem exercícios imprevistos, mas não estamos inquietos”, disse à AFP o porta-voz do Ministério da Defesa da Letónia, Normunds Stafeckis.

Stafeckis sublinhou que “mesmo assim, não é agradável quando se tem uma divisão aerotransportada e helicópteros de combate em operações perto da fronteira”. Após o início da crise ucraniana, a Rússia é acusada por Kiev e por países ocidentais de apoiar militarmente os separatistas pro-russos no leste daquele país após manobras militares perto da fronteira ucraniana em 2014.

O comandante-adjunto da NATO na Europa, Adrian Bradshaw, afirmou na semana passada que a Rússia pode tentar conquistar territórios de Estados que fazem parte da Aliança Atlântica. Os países bálticos, como a Letónia e a Estónia, que partilham fronteiras com a Rússia, exprimem com regularidade receios sobre as intenções de Moscovo, assim como denunciam a implicação russa no conflito ucraniano.

Na sequência dos receios, a NATO enviou para os países bálticos aviões de combate e organiza vários exercícios militares. Na terça-feira, blindados norte-americanos participaram num desfile militar, no quadro da Aliança Atlântica, em Narva, na Estónia, perto da fronteira com a Rússia. Na Lituânia foi, entretanto, anunciada a intenção de restabelecer o serviço militar obrigatório devido à “situação geopolítica atual”.

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