Cristina Guerra, diretora da galeria homónima, considera que foi um “bom ano de vendas”. “Este ano vendi mais, mas também o ‘stand’ era maior. Vendi uma pintura sobre papel do João Onofre para um privado em Espanha, uma outra pintura do João Louro da série ‘Homem sem qualidades’ para outro colecionador espanhol, um quadro do Matt Mulligan para França”, relatou Cristina Guerra à agência Lusa. As vendas não foram só a privados, contou a galerista. “Uma instituição bancária na Suíça comprou uma série de desenhos do Lawrence Weiner”, adiantou.

Questionada sobre se as vendas deram para equilibrar a despesa, Cristina Guerra respondeu: “Isso conseguiu-se com a venda das duas primeiras obras: pagaram ‘stand’, estadias e deslocações”, acrescentou a galerista, escusando-se a mencionar – aliás, como todos os contactados – valores envolvidos nas vendas.

Já José Mário Brandão, diretor da galeria Graça Brandão, acha o contrário: 2015 foi pior do que o ano passado. “Notei a falta de colecionadores brasileiros, americanos e portugueses, que já não vêm a Madrid como antes”, realçou. No entanto, sublinhou, a galeria vendeu nesta edição obras da dupla portuguesa José Maria Gusmão e Pedro Paiva. “Além de que acertámos uma exposição em Madrid do artista Gonçalo Pena”, disse.

Para Jorge Viegas, da galeria 3+1 Arte Contemporânea, “a feira ultrapassou as boas expectativas iniciais”. Este ano, a 3+1 estava pela primeira vez no espaço principal (depois de dois anos no ‘Opening’). “Vendemos 15 obras. Especial destaque para um desenho da Claire de Santa Coloma a uma grande instituição de Bruxelas”, além de pinturas, esculturas e desenhos “de todos os artistas que trouxemos”, que foram essencialmente para privados, adiantou.

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Diretor de um dos maiores espaços entre os portugueses na ARCO2015, Manuel Santos – da galeria Filomena Soares – fala apenas “em saldo positivo”, ainda que inferior ao ano passado. “Vendemos Pedro Barateiro, João Penalva, João Pedro Croft, Rodrigo Oliveira, Helena Almeida. Vendemos bem”, adiantou. Uma escultura “sem título” de José Pedro Croft foi para os Estados Unidos, para Miami, e outra de Rui Chafes para Espanha, disse. “Vimos este ano mais colecionadores colombianos [a ARCO2015 tinha a Colômbia como país destaque], mas essencialmente mais do mesmo: privados norte-americanos”, contou.

A galerista Vera Cortês – diretora do espaço com o seu nome – preferiu não dar números nem valores de obras vendidas, mas admite que 2015 “foi o seu melhor ano na ARCO”. “Não gosto nada de dar números, mas vendi de todos os quatro artistas que trouxe”, contou à Lusa, referindo que as obras de Alexandre Farto, conhecido como Vhils, estiveram este ano “mais uma vez em destaque”.

Os organizadores da ARCO estimam que a feira tenha atraído este ano mais de 100 mil visitantes, com especial destaque para os chineses. Quanto a visitantes profissionais, registou-se um aumento de 10% dos colecionistas, para mais de 27.280 de todo o mundo.