Apesar de a maior parte das pessoas se sentir doente e constipada com certa frequência, de acordo com um trabalho de campo feito por uma equipa de investigadores internacionais na China, acredita-se que um cidadão adulto só apanha o verdadeiro vírus da gripe uma vez de cinco em cinco anos. O resto podem ser infeções semelhantes, mas não gripe. Os investigadores, no entanto, não garantem que esta periodicidade se aplique invariavelmente a todas as populações.

O estudo, levado a cabo por investigadores do Imperial College de Londres e de institutos sediados nos EUA e na China, foi publicado no jornal científico PLoS Biology, e tem em conta as nove principais estirpes da gripe que se sabe que têm circulado pelo mundo e afetado as pessoas com mais regularidade desde a década de 60 até aos dias de hoje.

Para isso, os investigadores testaram análises ao sangue retiradas de 151 voluntários com idades compreendidas entre os sete e os 81 anos, para medirem com que frequência o vírus da gripe ataca. A ideia era detetar a presença de anticorpos no sangue, para ajudar os especialistas a perceber quem está mais suscetível ao vírus, com que frequência, e até que ponto a doença se espalha através de comunidades.

Com isto concluiu-se que enquanto as crianças apanham gripe cerca de uma vez por ano, este tipo de infeções torna-se menos frequente com a idade. E a partir dos 30 anos, a gripe tende a ocorrer a uma cadência de duas por década. Ou seja, uma a cada cinco anos.

“A frequência exata da infeção acaba sempre por variar consoante os hábitos de vacinação das comunidades”, observa Steven Riley, um dos autores responsáveis pelo estudo, ressalvando que a teoria pode não se extrapolar para todas as populações com o mesmo grau de precisão.

No objeto de estudo estiveram algumas das estirpes de gripe mais frequentes em todo o mundo, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. “Descobrimos que nos adultos a infeção pelo vírus da gripe é menos comum do que as pessoas pensam, ao passo que nas crianças é mais comum porque os mais novos têm mais contacto direto com outras pessoas”, explicou Steven Riley à BBC. Além de que há mesmo algumas infeções que são silenciosas, e que só conseguem ser identificadas se se procurar no próprio sangue.

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