A portuguesa Beta-i, associação para a promoção do empreendedorismo, juntou-se à Comissão Europeia e a outras 14 entidades europeias para ajudar os empreendedores a falhar e a aprender com a experiência. Objetivo do projeto Life: acabar com o estigma do “fracasso” e contribuir para que saibam lidar com o risco.

Para que o objetivo seja concretizado, nos próximos dois anos, os promotores do Life vão organizar eventos e trabalhar a comunicação do tema failing forward, que significa “falhar para a frente”. Além disso, vão desenvolver uma plataforma que vai centralizar toda a informação considerada importante para os empreendedores que se querem internacionalizar.

“Já todos nós falhámos em alguma área. Porquê este tabu em Portugal e na Europa? É necessária uma revolução na atitude face ao risco e na forma como lidamos com o falhanço a nível europeu, pois essa é a base para uma verdadeira cultura empreendedora e para a construção de uma nova entidade da Europa”, disse Ricardo Marvão, cofundador da Beta-i.

O cofundador da associação sublinhou o exemplo dos Estados Unidos da América, que “estimula uma cultura de risco”, o que acaba por contribuir para um muito maior dinamismo do mercado. No segundo semestre deste ano, Portugal vai receber a “Failing Forward Conference”, para que as experiências de falhanço de uns permitam a outros aprender com elas.

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“Lá porque alguém falhou, isso não significa que não possa ter um grande sucesso no seu projeto seguinte. E é do falhanço que muitas vezes se retiram as maiores aprendizagens e que se evitam erros maiores no futuro, que pode ser determinante para chegar ao grande sucesso”, referiu.

Nos próximos dois anos, vai ser desenvolvida uma campanha pan-europeia, para consciencializar as pessoas de que o fracasso é uma parte inerente do processo de empreendedorismo e inovação. Neste mote, podem ser criados programas ou ferramentas que ajudem os empreendedores a reduzir a taxa de fracasso.

Claro que não estamos a incentivar as pessoas a correr ‘riscos cegos’. O facto de dizermos que o falhanço faz parte do processo, não significa que qualquer empreendedor não tenha que fazer tudo para ter sucesso e, antes de lançar qualquer projeto, começar com um forte planeamento, pesquisa e análise do mercado”, diz Ricardo Marvão.

O grande objetivo, conta o cofundador da Beta-i, é criar um ambiente que facilite a discussão do falhanço, analise casos de sucesso e insucesso e ajude os empreendedores a aprender com os erros dos outros. A reunião de kick-off ocorreu em Berlim, durante o Startup Europe Summit, que juntou alguns dos principais líderes da indústria de tecnologia europeia.