A aveirense OLI investiu dez milhões de euros em Investigação e Desenvolvimento (I&D), nos últimos cinco anos. Em 2015, quer investir mais dois e um quarto do montante já conheceu o seu destino – a empresa investiu 500 mil euros num novo laboratório, que permite ter 72 autoclismos em ensaio com água da chuva, do mar e calcária.

A ideia não é totalmente nova e já existem alguns projetos que utilizam este tipo de água nos autoclismos, mas António Oliveira, presidente da OLI, quer garantir que as suas unidades têm a mesma durabilidade e desempenho quando é utilizada água da chuva ou do mar, em vez da corrente, explicou ao Observador.

Em causa, estão alguns dos 60 mercados para onde a empresa exporta e que utilizam este tipo de água nos sistemas de instalação sanitária. “Colocamos o autoclismo em situações de stress durante 200 mil ciclos de utilização e vamos ver como é que responde”, explicou António Oliveira ao Observador.

A OLI é a empresa europeia com mais pedidos de patentes efetuados ao Instituto Europeu de Patentes e tem, neste momento, 40 ativas. Uma das inovações mais recentes da empresa – que é líder na produção de autoclismos na Europa do Sul – é a torneia de boia “Azor Plus”, que permite poupar até nove litros de água por dia e reduzir em 2% a fatura mensal.

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Em 1993, também foi a OLI a responsável pela “massificação e democratização” do sistema de dupla descarga (responsável por uma poupança de água na ordem dos 50%) na Europa. António Oliveira explicou ao Observador que o conceito já existia em Israel e na Austrália, mas que foi a fábrica aveirense que o lançou no continente europeu, mais especificamente em França.

25 milhões de autoclismos até 2014

Dos 360 colaboradores da OLI, 20 pertencem à equipa de I&D e é com esta aposta em inovação que a empresa pretende crescer 10% este ano. Em 2014, a empresa venceu o Prémio Kaizen Lean na categoria “Excelência na Produtividade” e fechou o ano com um volume de negócios de 43 milhões de euros. Entre 1980 e 2014, foram produzidos 25 milhões de autoclismos.

A OLI nasceu em 1961 pelas mãos do pai e do tio de António Oliveira, como uma empresa comercial de materiais de canalização. A produção de autoclismos começou em 1980 e a internacionalização no início da década de 90. Atualmente, a exportação é responsável por 80% da faturação da OLI, sendo que a grande fatia (63%) vai para o continente europeu, 7% vai para o Médio Oriente e 2% para a América Latina.

Na Europa, os principais clientes da OLI são Itália e França, que juntas representaram 24% das exportações, em 2013. As últimas apostas da OLI, para fazer frente à desaceleração da economia na zona euro foram países como a Arábia Saudita, Qatar, Venezuela, Chile ou Colômbia. No ano passado, a empresa implementou uma rede de distribuição na Rússia. Os próximos objetivos da OLI passam pelo reforço no continente americano e a entrada no mercado dos Estados Unidos.