Marcelo Rebelo de Sousa não tem dúvidas, pelo menos a avaliar o que vai ser a chave das próximas eleições legislativas: as mulheres. Para o comentador, o eleitorado feminino vai ser decisivo nas conta finais numas eleições que vão ser decididas “taco-a-taco” entre PS e PSD/CDS. Marcelo, que falava para uma plateia de mulheres, lembrou que o calendário para que os partidos convençam o eleitorado é apertado: têm até agosto para mostrarem o que valem e sobretudo na Área Metropolitana de Lisboa, onde tudo se vai decidir.

“Ganham-se ou perdem-se as legislativas, e ganham-se ou perdem-se as presidenciais de acordo com o voto das mulheres”, disse o antigo líder do PSD, que salientou a importância do voto feminino durante o jantar de comemoração da fundação do núcleo de Mulheres Sociais Democratas (MSD) de Oeiras.

Numa altura em que as sondagens mostram um eleitorado dividido, em que PS e PSD/CDS estão “taco-a-taco”, Marcelo acredita que nunca como agora o voto das mulheres foi tão importante. Tudo porque é um voto por “intuição e empatia” e é a tentar cativar as mulheres que o PSD deve concentrar esforços: “Se houver intuição e empatia [por parte das mulheres] ganham-se as eleições”.

O caso dos homens é diferente. Para Marcelo, no eleitorado masculino há uma “grande crispação na base do voto habitual” e um “tropismo de voto por inércia” e por isso “há uma clivagem a meio e que não sabemos o que nos pode ser favorável ou desfavorável”.

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Na receita para a vitória do PSD nas legislativas do fim do verão, o antigo líder do PSD alertou ainda para o calendário apertado, classificando os próximos seis meses como uma frenética “corrida contra relógio”. Na opinião de Marcelo, os partidos têm até agosto para convencer os eleitores e, como estava entre as mulheres, disse-lhes que a organização das organizações femininas do partido “é fundamental” para que não se deixe a campanha para a “ponta final”. Até porque, acredita, “a ponta final serve para consolidar aquilo que entretanto já existiu”.

Além das mulheres, há ainda outro objetivo que o PSD tem de ter em conta: a Área Metropolitana de Lisboa. É no centro do país que define as eleições quando estas “estão equilibradas”, diz Marcelo. Os distritos circundantes decidem o resultado eleitoral, mas o estilo de vida dos seus habitantes dificulta a campanha: “As pessoas têm a vida dividida”, diz Marcelo, uma vez que trabalham e moram em sítios diferentes. A solução, acrescenta, está nas organizações locais, concluiu.

No jantar do núcleo das MSD, esteve ainda presente Luís Marques Mendes.