Vinte chefes de cozinha vão participar a partir de 8 de junho numa campanha “para salvar os oceanos” e servir nos seus restaurantes anchovas, sardinhas e cavalas, cada vez mais exploradas pela indústria alimentar. ‘Chefs’ como o espanhol Ferrán Adrià, o canadiano Normand Laprise, o italiano Massimo Bottura ou o alemão Joachim Wissler reuniram-se hoje em San Sebastian, o centro da alta gastronomia do País Basco espanhol, para apresentar a campanha “Save the oceans and feed the world” da organização Oceana.

Esta Organização Não-Governamental (ONG) ecologista procura salvar os oceanos e encorajar o consumo sustentável do peixe, sem esgotar as espécies em via de extinção. A ONG defende o consumo de espécies como anchovas, sardinha, cavala ou arenque, espécies que são pescadas mas não são diretamente consumidas, mas antes utilizadas no fabrico de farinha ou óleo de peixe.

“Poderíamos alimentar dezenas de milhões de pessoas diretamente, apenas com anchovas e outros peixes de forragem, em vez de usá-los para engordar o salmão em cativeiro”, disse o diretor executivo da Oceana, Andy Sharpless. Segundo a FAO, organização mundial da alimentação, a pesca destinada à produção de subprodutos de peixe é responsável por 37% das capturas mundiais.

A 8 de janeiro, Dia Mundial dos Oceanos, os chefes de cozinha, alguns dos quais que ganharam estrelas Michelin, vão oferecer pratos feitos à base destes pequenos peixes, com o objetivo de incentivar o seu consumo. De acordo com o espanhol Pedro Subijana, três estrelas Michelin, existem espécies que as pessoas não vão cozinhar porque não sabem como. Por isso, “o nosso trabalho é ensiná-los”, concluiu.

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