O contributo das médias empresas para a economia nacional deverá aumentar dos 14,5 mil milhões de euros de 2014 para 16,7 mil milhões de euros em 2019, depois de cair “de forma acentuada” desde 2008, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira.

Realizado pela Sage com o apoio do Centro de Pesquisa Económica e Empresarial (CEBR), o estudo “Impacto Económico Europeu – a contribuição das empresas de média dimensão para as economias da UE” (União Europeia) revela que o mercado desse segmento de empresas em Portugal registou um declínio do seu Valor Acrescentado Bruto (VAB) desde 2008, atingindo o seu valor mais baixo em 2012-2013, equivalente a 14,4 mil milhões de euros.

Contudo, em 2014 este indicador registou um “aumento marginal” para 14,5 mil milhões de euros, prevendo-se que, em 2019, ascenda a 16,7 mil milhões de euros. “O mercado das empresas de média dimensão em Portugal caiu substancialmente entre 2008 e 2014 e, em consequência, o seu contributo e importância relativa em termos da economia nacional também se reduziu substancialmente. No entanto, os primeiros sinais de recuperação surgiram já durante 2014 e essa tendência deverá manter-se até 2019, ano em que o VAB das médias empresas portuguesas recuperará para valores de 2009”, conclui-se no trabalho.

Uma tendência também registada ao nível do emprego, já que, se em 2014 as cerca de 4.500 empresas portuguesas de média dimensão empregavam aproximadamente 467 mil pessoas, este número deverá registar um crescimento gradual até 2019, ano em que serão 491 mil os empregos assegurados por este segmento.

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Como “reflexo dos tempos difíceis que a economia portuguesa tem atravessado” o número de empresas no país tem vindo a cair, sendo que em 2014 havia menos 174.000 unidades do que em 2008, segundo o trabalho, e o total de empresas de média dimensão passou de 5.900 para as já referidas 4.500, sobretudo dos setores retalhista/grossista e de produção.

Em Portugal, o VAB gerado por estas empresas representou cerca de 22% da riqueza gerada pelo tecido empresarial nacional em 2014, “um dos contributos mais elevados” entre os 12 países analisados no estudo.

A produtividade deste segmento em Portugal está, aliás, acima da média nacional para todo o tecido empresarial português: “Entre 2008 e 2014 os colaboradores destas empresas contribuíram, em média, com 31.500 euros em VAB por ano, um valor cerca de 90% acima da média das pequenas empresas e quase 37% acima da média nacional”, conclui o trabalho.

Já nas grandes empresas, o valor médio do contributo em VAB dos trabalhadores era de 36.300 euros. No total, o estudo hoje divulgado engloba 12 grandes economias europeias e inclui um inquérito a 814 decisores empresariais desses países. No conjunto das economias analisadas, o VAB das respetivas empresas foi de mil milhões de euros em 2014, o que representa um valor entre os 15% e os 23% do seu contributo, nos respetivos países, para a economia empresarial.

No espaço económico considerado pelo estudo existiam, em 2014, 180.800 empresas de dimensão média, sendo a Alemanha o país com maior representatividade, com 57.400 empresas, e a Eslováquia o país com menor número (2.150).

Ao nível das exportações, as empresas deste segmento inseridas no espaço económico analisado pelo estudo venderam ao exterior 634 mil milhões de euros durante 2012, o que representa cerca de 17% do total exportado nesse ano, tendo as empresas portuguesas de média dimensão exportado um pouco mais de 10 mil milhões de euros nesse ano, equivalente a cerca de 31% do total exportado pelo tecido empresarial nacional. Os principais setores exportadores nacionais foram o vestuário, alimentação, químicos, produtos de couro e produtos de metal.