Ao início da tarde desta quinta-feira, o Estado Islâmico reivindicou o ataque de quarta ao Museu do Bardo, na capital da Tunísia, Tunes. A informação está a ser dada por diversos meios de comunicação, como a BBC e a televisão France 24.

Também esta quinta, a presidência tunisina anunciou que foram detidas nove pessoas por suspeita de estarem relacionadas com os dois homens responsáveis pelo ataque que causou 21 mortos, 19 turistas e dois membros das forças de segurança tunisinas. A estes somam-se ainda os dois atacantes ontem abatidos pelas forças policiais. “O chefe do Governo (…) indicou que as forças de segurança detiveram quatro elementos relacionados diretamente com a operação (terrorista) e cinco outros suspeitos de estarem relacionados com esta célula”, indicou a Presidência num comunicado, sem precisar o papel ou a identidade dos suspeitos.

“O chefe de Estado afirmou que a Tunísia vive circunstâncias excecionais (…) sendo confrontada com um salto qualitativo nas operações terroristas que passaram das montanhas para as cidades”, assinala a Presidência. Entre a revolução de 2011 e o ataque contra o museu na quarta-feira, a Tunísia tem confrontado essencialmente os ‘jihadistas’ ao longo da fronteira com a Argélia.

O ministro de interior da Tunísia anunciou em 2014 que mais de 2.400 cidadãos viajaram para se aliarem a grupos Jihadista na Síria e no Iraque. Alguns especialistas acreditam que existem mais tunisinos a lutar pelo Estado Islâmico do que qualquer outra nacionalidade, de acordo com a International Business Times.

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No comunicado, a Presidência revelou ainda que, depois de uma reunião com as forças armadas, decidiu enviar militares para protegerem as maiores cidades da Tunísia, conta a Reuters, bem como vai reforçar o controlo das fronteiras com a Líbia e a Argélia e a cooperação entre os diferentes corpos responsáveis pela segurança da Tunísia.

Os autores do ataque foram identificados como sendo Yassine Abidi e Saber Khachnaou. Em declarações à rádio francesa RTL, o primeiro-ministro tunisino, Habib Essid, disse não se saber ainda se os homens pertencem a uma organização terrorista, embora adiantasse que Abidi é conhecido e investigado pelos serviços secretos da Tunísia.

O ataque ao Museu Nacional do Bardo é o mais grave contra estrangeiros na Tunísia desde o atentado suicida contra uma sinagoga em Djerba (sul), em que morreram 14 alemães e dois franceses, além de cinco tunisinos, em 2002, reivindicado pela Al-Qaeda.

Simpatizantes do Estado Islâmico já tinham premeditado o atentado 

Já é conhecida a grande atividade do Estado Islâmico nas redes sociais, especialmente no Twitter. O grupo hacktivista Anonymous desvendou mais de 9.200 contas de Twitter de seguidores do Estado Islâmico que perpetuaram propaganda do Califado.

Iyad El-Baghdadi, ativista anti-ISIS, desvendou e traduziu na sua conta de twitter alguns tweets que anunciavam o atentado na Tunísia, horas antes de acontecer.

“Boas notícias em breve para os #tunisinos Islâmicos, e um choque para os infiéis e hipócritas, especialmente aqueles que se dizem cultos.”

Também há semanas atrás, militantes do Estado Islâmico ameaçavam atacar a Tunísia. “Apesar dos inimigos das terras da Tunísia, nós vamos espalhar a vontade de Deus.”, declara o militante tunisino do vídeo.

Além disso, são inúmeras as reações de simpatizantes do Estado Islâmico, demonstrando euforia perante o sucesso do atentado.

https://twitter.com/aboumaria2015/status/578274668769071104

“Oh Allah, aceita estes teus bombistas Jihadistas como Mártires. ”

https://twitter.com/egalisation12/status/578213699980288000

“Oh Allah é grande! 19 infiéis foram para o inferno hoje. Deus negro, aceita o Monoteísmo e recompensa-nos.”

Enquanto nas ruas os protestos continuam perto do museu que ontem foi palco do ataque já reivindicado pelo Estado Islâmico.

E começam também já a surgir imagens na imprensa internacional do interior Museu Bardo, como as que se podem ver abaixo numa publicação do Telegraph na sua conta Twitter:

 (Última atualização às 18h53)