Já o poeta Abel Bonnard dizia que o amor podia morrer na verdade. E a prova disso são as pessoas que disseram tudo o que pensavam, sem ponderarem as consequências, e que acabaram por magoar outras desnecessariamente. As palavras impensadas podem acabar por gerar discussões de proporções épicas e ainda corre o risco de ficar solteiro. Para prevenir situações futuras idênticas, a Reader’s Digest fez uma lista de cinco mentiras que visam apaziguar os ânimos e proteger o seu mais que tudo de chatices desnecessárias.

1. Dizer “tens razão” para acabar com uma discussão
Todos os casais já passaram pela experiência de argumentar e contra-argumentar até ao ponto em que parece que andam em círculos e não chegam a lado nenhum. O melhor que tem a fazer nestas alturas é dizer ao seu parceiro que ele tem razão (mesmo que não tenha) e acabar com a discussão ali mesmo. De acordo com Melody Brooke, autora de The Blame Game, “baixar a guarda no calor de uma discussão pode parecer contraintuitivo, mas é muito eficaz”.

2. Dizer “estás ótima” em perguntas como “achas que estou mais gorda?”
As mulheres têm a tendência de encontrar quilos a mais em si que não existem. E daí surge, muito frequentemente, a pergunta: “achas que estas calças fazem-me mais gorda?”. Nesse caso, a resposta que tem a dar é simples: estás ótima. Primeiro porque pode ser paranoia, segundo porque mesmo que tenha engordado 500 gramas, referir esse facto só vai magoar a pessoa e arruinar os planos para jantar pizza que tinham para essa noite. A mulher vai achar que o namorado a acha gorda e o namorado, até conseguir dissuadi-la, terá de penar bastante.

3. Dizer “eu amo-te mais que tudo” em situações de afeto enganoso
Não quer dizer que não seja verdade. Aliás, se não for, aconselhamos a que acabe a relação. Mas a dada altura pode não ser exatamente o que lhe apetece dizer. O mesmo se aplica a declarar “também tenho muitas saudades tuas” quando naquele momento não as sente. Os ingleses chamam-lhe “deceptive affection”, que em português poderia traduzir-se por afeto enganoso, e passa por dizer ao seu parceiro aquilo que acha que ele quer ouvir. Segundo um estudo recente, levado a cabo pelo investigador de relacionamentos Sean Horan da DePaul University, concluiu-se que os participantes do estudo praticavam atos de afeição falsos três vezes por semana. Para o investigador, desde que os sentimentos verdadeiros estejam lá, a “afeição enganosa pode ajudar a manter uma relação”.

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4. Dizer “está tudo bem” para proteger o seu parceiro
“Muitas das vezes o seu parceiro quer genuinamente saber o que se passa, mas outras vezes só se quer assegurar de que não é nada com ele.” Quem o diz é Elizabeth Bernstein, colunista do Wall Street Journal. Se o seu parceiro estiver com cara de caso e lhe perguntar “o que se passa”, obtendo como resposta “está tudo bem” ou “nada”, não tema. O problema pode não estar em alguma coisa que tenha (ou não tenha) feito. Pode tratar-se de uma situação em que ninguém pode ajudar e o seu parceiro está só a tentar protegê-lo de stress desnecessário.

5. Dizer “eu compreendo” para mostrar empatia
Esta é a resposta ideal para dar ao seu parceiro (ou parceira) quando ele contar uma história longa, cheia de “ele disse, ela disse”, que é visivelmente dramática para ele, e só para ele, porque quem ouve a história não vê drama nenhum. Dizer que compreende a situação pela qual ele está a passar vai reconfortá-lo e não há ninguém que não queira sentir-se compreendido. Para o psicólogo Albert Maslow, a “empatia — habilidade de reconhecer e partilhar os sentimentos de outra pessoa — é a parte mais importante de qualquer relação”.

Poderíamos chamar estas mentiras de “mentiras de prevenção”. Certamente que não devem ser usadas todos os dias nem a todas as horas. É preciso ter tato para saber quando é que dizer a verdade vai fazer mais mal que bem. E, acima de tudo, é preciso que não minta em mais nenhuma ocasião.